O governador de São Paulo, João Doria, condenou nesta terça-feira a manifestação no próximo domingo contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). O ato teria supostamente o apoio do presidente Jair Bolsonaro e de aliados. Para o tucano, o protesto é desnecessário e não ajuda na construção de um ambiente de pacificação política.
“Não vejo necessidade dessa manifestação. Eu respeito, mas não há razão para eu estar lá. Nós precisamos de paz, equilíbrio e compreensão neste momento”, disse.
Doria voltou a pedir esforços para a aprovação da reforma da Previdência. “Não é momento para manifestações duras nem pró nem contra. O Brasil mais do que nunca precisa de paz e a aprovação da reforma da Previdência.”
Não é a primeira vez que o governador manifesta em público divergências em relação ao presidente. No embate entre Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em torno da articulação da reforma da Previdência em março passado, Doria apareceu ao lado do deputado para uma entrevista em São Paulo e cobrou de Bolsonaro um gesto de conciliação.
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Embora aliado público de Bolsonaro , Doria tem tentado manter uma postura de independência em relação ao presidente. Candidato em potencial à Presidência da República em 2022, o tucano não quer que seu capital político seja contaminado por eventuais trapalhadas de Bolsonaro.
Neste mês, o tucano defendeu o presidente ao mandar um recado ao prefeito de Nova York, Bill de Blasio, a quem acusou de faltar com a gentileza ao povo brasileiro. O político do Partido Democrata americano iniciou uma disputa de força com Bolsonaro pelas redes sociais dizendo que o brasileiro não era bem-vindo na cidade para o evento.
Tensão no PSL
Também hoje, o presidente do PSL , Luciano Bivar, disse, em Brasília, que não vê motivos para a realização de manifestações convocadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
O partido terá uma reunião à tarde para definir se participa ou não dos protestos que estão marcados para o próximo domingo. O tema gerou brigas internas na bancada do partido e, em meio à escalada de tensão, a deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) anunciou na segunda-feira a correligionários que cogitava deixar a legenda.
As manifestações também sofrem a resistência de parlamentares e grupos, como o Movimento Brasil Livre (MBL), que apontam discurso antipolítico e antiliberal na estratégia. Dividido, o PSL se reúne nesta terça-feira para avaliar o apoio aos atos.