Vice-presidente visita Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST)
Adnilton Farias/VPR
Vice-presidente visita Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST)

O vice-presidenteHamilton Mourão visitou nesta terça-feira (21) a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (Cast, na sigla em inglês), em meio à celebração dos 30 anos da parceria entreBrasil e China na área espacial, que já resultou na fabricação e no lançamento de cinco satélites. O evento ocorreu dois meses após a assinatura do acordo que prevê o uso pelos Estados Unidos do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão.

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China e EUA, que atualmente travam uma guerra comercial, também são rivais na área espacial, mas Mourão disse que o Brasil não terá problemas em conciliar as parcerias que mantém com os dois países.

"Tranquilamente. Essa cooperação (com Pequim ) já vem de há muito tempo. A China tem o seu próprio sítio de lançamento, são coisas distintas, e nós podemos continuar muito essa cooperação", disse Mourão ao Globo, ao lado do presidente da agência espacial chinesa, Wu Yanhua.

A possibilidade de a base de Alcântara vir a ser utilizada para o lançamento de satélites chineses foi um dos temas levantados na segunda-feira, em conversa com o presidente da Agência Espacial Brasileira, em Pequim.

Segundo Yu Qi, vice-diretora da agência espacial chinesa, embora a base brasileira tenha uma localização privilegiada para o lançamento de satélites, por estar perto da linha do Equador e permitir a economia de combustível, a distância torna seu custo excessivo para a China. Além disso, os EUA não permitiriam que satélites chineses fossem lançados de foguetes americanos, disse Yu. 

"De nossa parte, não há problema, mas depende da política americana. Mesmo que o lançamento seja feito no Brasil, se o foguete for americano, os EUA proíbem lançar satélites chineses. Entretanto, a política espacial chinesa está sempre aberta à cooperação com o mundo, incluindo os EUA", afirmou.

Ela confirmou que o sexto satélite produzido a partir da cooperação entre Brasil e China tem lançamento previsto para dezembro deste ano em Taiuyan, no norte do país. Desenvolvido em conjunto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Cast, o satélite Cbers-4A fornecerá imagens para o monitoramento do meio ambiente, com fotos de desmatamento e desastres naturais, entre outros fins.

Após visitar a academia espacial chinesa, Mourão afirmou que o Brasil tem interesse em aprofundar a parceria, mas a intenção esbarra na falta de recursos.

"Nós temos que aumentar nossa cooperação e estamos conversando, mas com a crise fiscal que estamos vivendo nos faltam recursos para investimento", explicou o vice-presidente .

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Mourão chefia a comitiva que retomará as atividades da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação (Cosban), principal mecanismo permanente de diálogo entre os dois países, cuja reunião ocorrerá na quinta-feira, em Pequim. Na sexta, ele se encontra com o presidente chinês, Xi Jinping , e horas depois embarca de volta para o Brasil, com uma parada prevista na Itália.

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