O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu nesta segunda-feira um estudo crítica da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre o pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro. Na sede da entidade, em Brasília, Maia criticou os discursos "radicais" presentes nas redes sociais.
Leia também: Irmão de Carla Zambelli é demitido do Incra após polêmica com Joice Hasselmann
"Muitas vezes os radicalismos se sobrepõem ao diálogo, principalmente nas redes sociais, onde quem está no extremo tem mais espaço para aparecer do que aquele que quer construir consensos, como é natural numa democracia. Então, a possibilidade de receber esses estudos, esses documentos, é a sinalização clara que o parlamento brasileiro é a casa do diálogo, é a casa da representação da sociedade", disse Maia .
O presidente da Câmara afirmou que a Casa vai buscar o diálogo para que o projeto seja aprovado ouvindo diferentes áreas da sociedade. A OAB , representada no evento pelo presidente Felipe Santa Cruz, se manifestou contra alguns pontos do projeto de Moro, como "execução antecipada da pena", "mudanças no instituto da legítima defesa, em especial aos agentes de segurança pública", "alterações no regime da prescrição" e "interceptação de advogados em parlatório", entre outros pontos.
"Aqueles que entendem que aquilo que chega ao parlamento não deve ser debatido, muitas vezes até rejeitado, se a proposta não for boa, são aqueles que entendem que apenas uma parte da sociedade tem direito de participar dos debates e da construção das soluções para o nosso país", disse Maia.
Leia também: Defesa de Queiroz acusa Ministério Público de exigir "provas negativas"
O presidente da Câmara acrescentou que o Brasil vive uma "crise aguda" desde a redemocratização, em função da "captura do orçamento público por corporações". Maia ainda disse ainda que o grande desafio da política hoje é olhar as despesas públicas e citou os 40 milhões de desempregados no país e afirmou que é preciso replicar bons exemplos em diferentes áreas para a recuperação do país.