O vice-presidente Hamilton Mourão defendeu queataques a militares que integram o governo Jair Bolsonaro, entre eles o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz,devem ser ignorados, para o bem de todos.
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"Eu acho que esses ataques são totalmente sem nexo. E, se nós ignorarmos, será melhor para todo mundo", respondeu Mourão, que é general da reserva do Exército, assim como Santos Cruz. Ele foi questionado se o movimento contra o ministro prejudicam o governo.
"Você sabe qual é a minha visão. Sem comentários", disse o vice-presidente, inicialmente, na entrada do seu gabinete, no Palácio do Planalto.
Pela manhã, ele esteve ao lado do presidente Jair Bolsonaro em um evento no Colégio Militar do Rio de Janeiro e classificou a visita como “excelente”.
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Santos Cruz, passou mais de uma hora na noite de domingo reunido com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, onde o presidente mora com a família. Segundo interlocutores, o ministro tomou a iniciativa de ir ao local depois de passar o dia sob ataques nas redes sociais. A hashtag #ForaSantosCruz se tornou um dos assuntos mais comentados do Twitter ao longo do dia.
Na conversa com Bolsonaro, o ministro teria argumentado que não se tratava de um ato espontâneo, mas era alvo de uma ação coordenada, com a participação dos filhos do presidente, o chefe da Secretaria de Comunicação, Fábio Wajngarten, e assessores ligados ao ideólogo de direita, Olavo de Carvalho.
De acordo com um auxiliar do presidente, ele reagiu e afirmou que o ministro estaria desviando do “foco central” da divergência, que seria o controle das redes sociais. Bolsonaro teria se irritado com o fato do ministro não admitir que estava errado, quando defendeu na rádio Jovem Pan em abril, uma legislação para as mídias sociais. A entrevista, concedida há um mês, passou a circular no domingo. O presidente desautorizou publicamente a possibilidade de qualquer regulação.
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Na manhã desta segunda, o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, respondeu a críticas de Olavo de Carvalho a membros da ala militar do governo. Assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, o general divulgou um texto em suas redes sociais em que afirma que o guru do bolsonarismo enfrenta um "vazio existencial" e age com desrespeito às Forças Armadas.