Um dia depois do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, dizer que a Operação Lava Jato virou um partido político , o procurador da força-tarefa da operação em Curitiba, Deltan Dallagnol, se pronunciou e defendeu que o trabalho é apartidário.
"O trabalho do MPF na Lava Jato, de novo, é técnico, imparcial e apartidário, buscando a responsabilização quem quer que tenha praticado crimes no contexto do megaesquema de corrupção na Petrobras", escreveu Dallagnol no Twitter, nesta quinta-feira (25).
Nesta quarta-feira (24), Gilmar Mendes afirmou que é necessário finalizar o que ele define como uma fase em que abusos de poder foram feitos no intuito de combater a corrupção no país.
"Me parece que tem que se encerrar essa fase. A Lava Jato nada mais é do que um grupo de trabalho. Mas por um vício, esses vícios comuns a nós, virou uma instituição, um partido político", opinou o magistrado.
Na mesma entrevista, Gilmar Mendes também falou sobre o processo disciplinar que Deltan Dallagnol por supostamente ter ofendido a ele e aos ministros Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli.
"O que ele (Dallagnol) disse é que a turma passava uma mensagem favorável de leniência quanto à corrupção e só depois disso que formava uma panelinha. Foi por isso que houve a representação e ele foi absolvido no conselho do Ministério Público e agora foi instaurado o inquérito", salientou.
Ao final da investigação citada por Gilmar e aberta pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Dallagnol poderá ser inocentado, sofrer advertência, censura ou até suspensão.