O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo , fez, nesta quarta-feira, a primeira mudança em um posto da diplomacia no exterior desde que assumiu o cargo, em 1º de janeiro deste ano. Portaria assinada por ele e publicada no Diário Oficial retira da embaixada brasileira nos Estados Unidos o embaixador Sergio Amaral , que irá para a representação do Itamaraty em São Paulo. Até que seja nomeado o substituto de Amaral, ficará à frente do posto o encarregado de negócios Fernando Pimentel.
Leia também: Prefeito atira seis vezes contra casa de vereador após discussão por WhatsApp
Nascido em São Paulo e formado em Direito, Amaral já serviu em Paris, Bonn, Genebra e, desde setembro de 2016, estava em Washington. Antes de ser embaixador, foi negociador da dívida externa brasileira no Comitê de Credores e no Clube de Paris e porta-voz e ministro da Indústria e Comércio no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
No mês passado, tanto Sergio Amaral como embaixadores de postos estratégicos para o Brasil foram criticados pelo presidente Jair Bolsonaro. Em um café da manhã com jornalistas, Bolsonaro se queixou de que era visto como racista e homofóbico, porque sua imagem não era bem defendida no exterior. O presidente anunciou que iria trocar os titulares de 15 embaixadas.
Dada a forte aproximação entre Bolsonaro e o presidente americano Donald Trump, a embaixada do Brasil em Washington passou a ser considerada a mais importante, hoje, no Itamaraty. De acordo com um experiente embaixador, é um lugar de grande simbolismo, para onde iria Ernesto Araújo, caso ele não fosse escolhido chanceler.
Leia também: Moro chama fuzilamento de carro de família no Rio de "incidente"
Até recentemente, havia poucos nomes cotados para assumir a vaga de embaixador
deixada por Sergio Amaral. Como reflexo da polarização que existe hoje no governo Bolsonaro, os nomes que mais circulam são os de Nestor Forster, número 2 da embaixada nos EUA e do grupo dos olavistas — em uma alusão ao ideólogo de direita e guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho — e, de outro, o cientista político Murilo de Aragão, que conta com o apoio de economistas e militares, mas não é diplomata de carreira como Forster.