Um dos alvos da investigação que apura o  acesso a dados sigilosos do presidente Jair Bolsonaro, o funcionário da Receita Federal Odilon Ayub Alves, lotado na unidade de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Espírito Santo, disse à Polícia Federal que não cometeu vazamento de informação, que não houve quebra de sigilo fiscal e que tudo não passou de uma brincadeira.

Clube de tiro do qual Carlos Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro são sócios vê procura disparar depois que Jair Bolsonaro assinou decreto sobre posse de armas
Reprodução/Flickr
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Uma das alegações é de que ele votou e "fez campanha" para Bolsonaro nas eleições de 2018. O teor das declarações foi adiantado ao jornal O Globo, na noite desta sexta-feira, pelo irmão e advogado de Odilon, Yamato Ayub. “Ele relatou (à PF) que foi um acesso involuntário, sem maldade, sem quebra de sigilo, sem nada de transferir informações. Foi uma besteira, sem maldade, sem medir as consequências da atitude.”

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Odilon prestou esclarecimentos na Delegacia da PF de Vitória por cerca de uma hora e foi liberado. A irmã do funcionário, deputada Federal Norma Ayub, disse que Odilon andava pela cidade com o carro adesivado, fazendo campanha para o então candidato do PSL.

Norma esclareceu que a atitude do irmão nada  tem a ver com sua legislatura e que Odilon agiu por inocência, sem medir as consequências.

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“A família toda é Bolsonaro. [Odilon] Andava com carro plotado de Bolsonaro.  Isso [acesso aos dados] aconteceu em outubro, Bolsonaro estava em recuperação do atentado que sofreu. Jamais ele poderia pensar que isso poderia dar um 'auê'. Ele foi ingênuo, ele é Bolsonaro”, destaca Norma.

Investigações sobre acesso a informações da família Bolsonaro

Na sexta-feira (5) a Receita Federal informou, por meio de nota oficial, que acionou a Polícia Federal (PF) para investigar o acesso a informações fiscais do presidente da República, Jair Bolsonaro, e de membros de sua família. O órgão informou ainda que uma sindicância concluiu que dois servidores do órgão consultaram os dados sem motivação legal.

De acordo com o comunicado, além de avisar a PF, a Receita abriu processo administrativo para apurar a responsabilidade funcional dos envolvidos. O Fisco não informou quando ocorreu o acesso aos dados nem forneceu mais detalhes sobre o caso. Ainda não se sabe quais membros da família Bolsonaro tiveram seus dados acessados.

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"Receita Federal informa que, após identificar o acesso a informações fiscais do Sr. Presidente da República e de integrantes de sua família por dois servidores", diz a nota. A sindicância concluiu que não havia motivação legal para o acesso e, por esta razão, a Receita notificou à Polícia Federal , informou a Receita.

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