O engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, e apontado como operador de esquemas envolvendo o PSDB, confessou à Receita Federal que é o dono de quatro contas abertas na Suíça com saldo de R$ 137,4 milhões.
Leia também: Após caso Paulo Preto, Lava Jato em SP mira obras do Metrô e parentes de Lula
Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, Paulo Preto teria feito a "confissão" ao retificar as declarações dos últimos cinco anos e pagar uma multa, cujo valor é mantido em sigilo pelo Fisco. Preso pela terceira vez, e condenado a 145 anos de prisão , o ex-diretor da Dersa é investigado pela Lava Jato e já foi citado em pelo menos oito delações.
Paulo Preto e PSDB
Apontado como operador do partido , Paulo Preto teria circulado rumor de que alguns políticos tucanos seriam seus sócios nas contas na Suíça. Entre eles, estaria o ex-ministro Aloysio Nunes , citado em documentos obtidos pela Lava Jato .
Em troca de emails de funcionários do banco suíço Bordier & Cie, que chegaram às mãos dos investigadores, Paulo Preto aparece encomendando a entrega de cartão carregado com 10 mil euros para Aloysio Nunes , mas com a orientação de que não deveria indicar seu nome.
O envio do cartão ocorreu em 2007, quando Aloysio era chefe da Casa Civil do governo José Serra ( PSDB ) em São Paulo. Segundo os e-mails, a entrega do cartão foi efetuada no hotel Majestic, em Barcelona, na Espanha. "Confirmo que entregamos um cartão ao Sr. Aloisio Nunes Ferreira em 20.12.2007 e que o creditamos com Eur 10’000. – de acordo com o pedido do gestor pelo conta 13’606-978”, aponta o documento.
Leia também: Paulo Preto recorre a Gilmar Mendes contra condenação de 145 anos na Lava Jato
A conta mencionada nos e-mails foi aberta no banco de Genebra em nome da offshore Groupe Nantes, controlada pelo ex-diretor da Dersa, que é suspeito de operar propina para agentes do PSDB com recursos desviados de contratos com empreiteiras como a Odebrecht e a Camargo Corrêa.
Assim, a confissão de Paulo Preto à Receita Federal teria por objetivo fazer com que esse vínculo fosse deixado de lado, "livrando" o ex-ministro de qualquer tipo de culpa no caso das contas suíças.