Bolsonaro defende que nazismo é de esquerda após visitar Museu do Holocausto

Presidente do Brasil concordou com a tese do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo: "É o Partido Nacional Socialista da Alemanha"
Foto: Alan Santos/PR
Presidente Jair Bolsonaro fala com investidores brasileiros e israelenses em evento

Após visitar o Museu do Holocausto, em Israel, o presidente Jair Bolsonaro defendeu que o nazismo foi uma movimento de esquerda. "Sem dúvidas. É o Partido Nacional Socialista da Alemanha", disse Bolsonaro, lembrando o nome da chapa do ditador Adolf Hitler ao ser questionado por jornalistas. 

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Mais cedo, Bolsonaro visitou o Museu do Holocausto. Em seu site, a instituição traz um histórico sobre a ascensão do partido nazista na Alemanha e explica que, "junto a intransigente resistência e alertas sobre a crescente ameaça do Comunismo, criou solo fértil para o crescimento de grupos radicais de direita na Alemanha, gerando entidades como o Partido Nazista". A declaração sobre a origem do  nazismo  contradiz o governo Bolsonaro.

Ernesto Araújo iniciou polêmica sobre o nazismo

Foto: Alan Santos/PR
Ernesto Araújo defendeu que o nazismo era um 'fenômeno de esquerda'

Na última semana, o assunto veio a tona após uma entrevista do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, quando o chanceler também defendeu que o nazismo foi um "fenômeno de esquerda". 

"É muito a tendência da esquerda. Ela pega uma coisa boa, sequestra, perverte e transforma em uma coisa ruim, que eu acho que é o que sempre aconteceu com esses regimes totalitários. (...) Por isso que eu digo que fascismo e nazismo são fenômenos de esquerda", disse o ministro durante a conversa com o Brasil Paralelo.

Após receber críticas, inclusive de especialista alemães, Ernesto Araújo não recuou e defendeu a opinião em uma postagem publicada em seu blog pessoal. No texto, entitulado "Pela aliança liberal-conservadora", o ministro ataca a "esquerda" e o "mainstream" e lista os motivos pelos quais acredita que o nazismo pode ser classificado como esquerdista. 

"Eu opinei que o nazismo é de esquerda , e imediatamente a esquerda (junto com o mainstream por ela dominado sem o saber) chegou correndo com seus extintores de incêndio", debochou o chanceler. 

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"Livres dessa inibição, podemos facilmente notar que o nazismo tinha traços fundamentais que recomendam classificá-lo na esquerda do espectro político. O nazismo era anti-capitalista, anti-religioso, coletivista, contrário à liberdade individual, promovia a censura e o controle do pensamento pela propaganda e lavagem cerebral, era contrário às estruturas tradicionais da sociedade. Tudo isso o caracteriza como um movimento de esquerda", argumentou. 

O chanceler ainda aponta o nazismo "como ponta de lança do movimento revolucionário comunista", citando o vencedor do Nobel da Economia de de 1974, Friedrich Hayek. No Brasil, hoje, tudo o que a esquerda quer é estrangular, ainda no berço, a aliança liberal-conservadora. A esquerda instiga a divisão e sonha em ver os liberais destruírem os conservadores, em nome da governabilidade ou da moderação, para em seguida poder ela própria derrotar os liberais com a habitual facilidade. Esse sonho da esquerda é o pesadelo do Brasil", concluiu o ministro.


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