O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) identificou que o PSL do estado não declarou gastos com uma possível candidata laranja durante as eleições. A Justiça pediu explicações do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, presidente do partido em Minas Gerais na época. As informações são da Folha de S.Paulo .
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O TRE analisou a prestação de contas do PSL e apontou que o ministro não apresentou documentos que comprovem a legalidade de gastos feitos utilizando dinheiro dos fundos eleitoral e partidário. Parte da verba foi destinada a Zuleide Oliveira, candidata a deputada estadual nas eleições.
Marcelo Álvaro é suspeito de ser o responsável por um esquema de candidaturas laranjas em Minas Gerais, investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. O ministro teria direcionado dinheiro público de campanha para empresas ligadas ao seu gabinete. Essas candidatas receberam uma grande quantidade de verbas e tiveram números insignificantes de votos.
Recentemente, Zuleide Oliveira afirmou à Folha que foi chamada pelo ministro para ser candidata laranja e devolver parte do dinheiro público que recebeu para a campanha. É sobre ela que a Justiça pede explicações. O tribunal deu três dias para que Marcelo Álvaro reapresente a prestação de contas.
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O TRE também identificou que o ministro não apresentou "peças obrigatórias", como extratos de contas bancárias destinadas à movimentação de recursos vindos do fundo eleitoral e partidário. Além disso, a legenda não declarou repasses para três de quatro candidatas que depois devolveram recursos para empresas ligadas à Marcelo Álvaro.
O ministro nega qualquer envolvimento com candidaturas laranjas. No entanto, pediu mais de uma vez que o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendesse as investigações, o que foi negado pelo ministro Luiz Fux.
O caso de candidaturas laranjas no PSL levou à demissão do ex-secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno. O presidente Jair Bolsonaro defendeu a continuidade das investigações em relação ao ministro do Turismo e afirmou aguardar um parecer da PF para tomar qualquer decisão.