Delatores acusam ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza de ter cobrado propina por contrato do Rodoanel
Geraldo Magela/Agência Senado - 29.8.12
Delatores acusam ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza de ter cobrado propina por contrato do Rodoanel

O Ministério Público de São Paulo (MP-S) entrou com pedido de urgência para que a Justiça decrete o bloqueio de bens e a quebra do sigilo bancário de Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa.

O pedido, protocolado nesta sexta-feira (1ª) pelo promotor Ricardo Manuel de Castro, alcança também a mulher e as filhas de Paulo Preto e se dá no âmbito das investigações sobre fraude em licitação e formação de cartel em contratos da estatal paulista de infraestrutura rodoviária. A ação penal sobre o caso rendeu ao suposto operador de propinas do PSDB condenação a 27 anos de prisão , nessa quinta-feira (28).

De acordo com o MP-SP, já há "fortes indícios de enriquecimento" por parte do ex-diretor da Dersa e de seus familiares e, desse modo, o bloqueio dos bens é necessário para "prevenir movimentação dos investigados no sentido de tentar ocultar bens e valores, que deverão ser ressarcidos aos cofres públicos pelas fraudes cometidas".

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Preso desde a semana passada, Paulo Vieira de Souza foi condenado na Lava Jato de São Paulo por cinco crimes de fraude à licitação e também por crime contra ordem financeira devido à formação de cartel. O caso, revelado em delações de executivos da Odebrecht, refere-se a conluio de construtoras para obras de trechos do Rodoanel Sul e do Sistema Viário Metropolitano, e teve início em 2004.

Além desse processo, o ex-diretor da Dersa responde também a ação penal por peculato a respeito de desvios de R$ 7 milhões que deveriam ser aplicados na indenização de moradores impactados pelas obras no entorno do trecho sul do Rodoanel e da ampliação da avenida Jacu Pêssego.

Esse processo já estava em fase final, mas liminar proferida no mês passado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes anulou decisões da Justiça e prolongou o processo . O Ministério Público Federal (MPF) cobrou nessa semana que a sentença seja proferida imediatamente, uma vez que o crime pode prescrever pois o acusado completa 70 anos de idade já na semana que vem.

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A prisão preventiva de Paulo Preto tem relação a outra investigação, essa conduzida pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Os procuradores alegam, com base em depoimento de um doleiro, que o ex-diretor da Dersa atuou em esquema de lavagem de dinheiro da Odebrecht que favoreceu diretores e gerentes da Petrobras.

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