Gustavo Bebianno é o pivô da primeira crise do governo Bolsonaro; ministro foi quem estimulou candidatura do presidente
Agência Brasil/Valter Campanato
Gustavo Bebianno é o pivô da primeira crise do governo Bolsonaro; ministro foi quem estimulou candidatura do presidente

No comando da Secretaria-Geral da Presidência desde a posse de Jair Bolsonaro, o ministro Gustavo Bebianno deve deixar o cargo de confiança ainda nesta segunda-feira (18). Sua exoneração deve ser confirmada hoje, depois de uma sequência de dias em que o ex-presidente do PSL protagonizou a primeira crise política do novo governo. 

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O ministro é acusado de participar de um suposto esquema de candidatos laranjas do partido, quando ainda era presidente. Gustavo Bebianno tentou afastar os boatos de que estava mal visto pelo presidente afirmando que ambos conversavam com frequência. "Só hoje falei com o presidente três vezes", disse Bebianno, na última terça-feira (12).

Mas a declaração de Bebianno logo foi desmentida pelo filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), que divulgou um áudio do pai afirmando que era uma "mentira absoluta" que ele teria conversado com o ministro. A publicação foi repostada pelo presidente. Desde então, há pressão no Palácio do Planalto pela sua exoneração. 

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No entanto, com a saída do ex-presidente do PSL, existe um impasse. Afinal, apesar de ser apontado como sucessor natural no comando da pasta, o secretário-executivo, general da reserva Floriano Peixoto , ficaria hierarquicamente acima de outro general, Maynard Santa Rosa, que é chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), subordinada à Secretaria-Geral.

Mas, dentro da hierarquia do Exército, Maynard é um general de quatro estrelas, enquanto Peixoto é de três estrelas. Com isso, a hierarquia militar esbarraria na hierarquia política, gerando um estranhamento. Por conta disso, de acordo com informações da Globo News , Floriano deve assumir a pasta apenas interinamente, não ficando no cargo devido à hierarquia do Exército.

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A decisão do presidente de exonerar o ministro foi tomada após um encontro tenso com Gustavo Bebianno no fim da tarde da última sexta-feira (15) no Palácio do Planalto, em Brasília. O ministro  tentava um encontro com o Bolsonaro desde quarta-feira (13), mas havia sido colocado "na geladeira" pelo presidente.

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