O vice-presidente, o general Hamilton Mourão, comentou nesta sexta-feira (15) a crise no governo envolvendo o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o ministro da Secretaria-Geral do Governo, Gustavo Bebianno.
“Essas questões são internas. Os filhos são um problema de cada família. Tenho certeza de que o presidente [ Jair Bolsonaro ], em momento aprazado e correto, vai botar ordem na rapaziada dele”, disse Mourão durante um evento em Sorriso (MT).
O vice também falou sobre a recuperação de Bolsonaro. “Vamos lembrar que o presidente sofreu um ataque ano passado. Ao longo desse período, ele veio numa situação de incerteza se ia sobreviver. Finalmente, ele terminou a última [cirurgia] e agora ele é um homem recuperado e capacitado.”
Na quarta-feira (13), Carlos Bolsonaro divulgou um áudio do pai para dizer que é uma "mentira absoluta" que Bebianno tenha conversado com o presidente na terça-feira (12). Desde então, há pressão no Palácio do Planalto pela demissão de Bebianno.
Bebianno é suspeito de ter repassado verbas públicas do PSL a supostas candidaturas de 'laranjas' durante as eleições do ano passado.
No último fim de semana, o jornal Folha de S.Paulo informou que o PSL repassou verbas públicas para uma candidata a deputada federal em Pernambuco e quatro em Minas Gerais, suspeitas de serem candidatas laranjas, ou seja, candidatas que não fizeram campanha efetivamente.
Os repasses teriam sido autorizados por Bebianno , que foi presidente do partido durante o período eleitoral. O ministro, por sua vez, nega as acusações, diz que não é protagonista de nenhuma crise e afirma, inclusive, que conversou com Bolsonaro três vezes por telefone enquanto ele estava no hospital, ressaltando um bom relacionamento com o presidente.
Em entrevista a TV Record, o presidente disse que pediu que a Polícia Federal investigue a suspeita e afirmou que não conversou com o ministro sobre o assunto por telefone "em nenhum momento". "Se (o Bebianno) estiver envolvido e, logicamente, responsabilizado, lamentavelmente o destino não pode ser outro a não ser voltar às suas origens", disse.
A Polícia Federal já abriu investigação a respeito do episódio e intimou para depor a candidata Maria de Lourdes Paixão, que recebeu R$ 400 mil da Direção Nacional do PSL às vésperas da eleição do ano passado. Loudes Paixão obteve apenas 274 votos na disputa para uma vaga na Câmara dos Deputados pelo estado de Pernambuco.
Depois de um pedido de Jair Bolsonaro , o ministro da Justiça e Segurança Pública , Sérgio Moro, também garantiu que todos os casos suspeitos envolvendo campanhas do PSL serão investigados.