O presidente Jair Bolsonaro já assinou a demissão do ministro da Secretaria-Geral da Presidência , Gustavo Bebianno. A informação foi confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo com dois interlocutores de Bolsonaro. A dispensa do ministro deve ser publicada no Diário Oficial da União na próxima segunda-feira (18).
Segundo o jornal, políticos e militares tentaram interceder a favor de Gustavo Bebianno , mas o presidente está irredutível. Jair Bolsonaro planeja ainda nomear um general para a Secretaria-Geral da Presidência. O mais cotado para o cargo é o general Floriano Peixoto, secretário-executivo da pasta, que esteve neste sábado (16) com o presidente. Se isso ocorrer, ele será o nono militar a ocupar o primeiro escalão.
Em conversas reservadas, Bolsonaro avaliou que o atual chefe da Secretaria-Geral quebrou a relação de confiança com ele ao "vazar" áudios de diálogos entre os dois. O ministro nega o vazamento.
A decisão do presidente de exonerar o ministro foi tomada após um encontro tenso com Bebianno no fim da tarde desta sexta-feira (15) no Palácio do Planalto, em Brasília. Bebianno tentava um encontro com o Bolsonaro desde quarta-feira (13), mas havia sido colocado "na geladeira" pelo presidente. Mais cedo, na sexta-feira (15), Bebianno se encontrou com os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Santos Cruz (Secretaria de Governo), e foi informado por eles que permaneceria com seu cargo no governo.
Depois da confirmação da demissão , o ministro chegou a postar um desabafo nas redes sociais sobre lealdade. Em sua conta oficial no Instagram, Bebianno publicou uma foto de um texto, atribuído ao escritor Edgard Abbehusen, em que diz que "a lealdade é um gesto bonito das boas amizades." A mensagem também diz que "saímos de qualquer lugar com a cabeça erguida ao carregar no coração a lealdade" e encerra dizendo que "uma pessoa leal, sempre será leal. Já o desleal, coitato, vivera sempre esperando o mundo".
O post foi compartilhado em modo público e, horas depois, ficou indisponível para pessoas que não seguem o ministro na plataforma.
Entenda a crise que envolve Gustavo Bebianno
Depois de ser acusado de participar de um suposto esquema de candidatos laranjas do PSL, quando era presidente do partido, Bebianno tentou afastar os boatos de que estava mal visto pelo presidente afirmando que ambos conversavam com frequência. "Só hoje falei com o presidente três vezes", disse Bebianno, na última terça-feira (12).
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Depois disso, na quarta-feira (13), o filho do presidente e vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, divulgou um áudio do pai afirmando que era uma "mentira absoluta" que ele teria conversado com Bebianno. A publicação foi repostada pelo presidente. Desde então, há pressão no Palácio do Planalto pela demissão de Gustavo Bebianno .