O senador Fernando Collor de Mello (PROS-AL) foi interrogado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na manhã desta quarta-feira (13). O parlamentar é réu desde 2017, quando a 2ª Turma da Corte aceitou por unanimidade a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal. Na época, as ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello seguiram o voto do relator, Edson Fachin.
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Collor
responde por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e comando de organização criminosa na Operação Lava Jato. A defesa do ex-presidente da República tentou adiar a oitiva, alegando que teria o "intuito de conhecer detidamente" o processo. De acordo com advogados o senador não estaria "genuinamente apto" a rebater as acusações. O Supremo, no entanto, negou o pedido.
O relator do processo, ministro Edson Fachin, designou um dos juízes substitutos da Corte para tomar o depoimento de Collor. A audiência ocorre com portas fechadas no segundo andar do Anexo 2 do STF .
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Collor e a advogada criminalista Livia Novak chegaram ao Tribunal pouco antes das 9h e, demontrando tranquilidade, aguardaram em uma sala de apoio onde tomaram café e conversaram com assessores do Supremo.
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Segundo delatores ouvidos pelo Ministerio Público, o senador recebeu cerca de R$ 29 milhões em propina para facilitar contratos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Os supostos pagamentos reparados pelo doleiro Alberto Youssef, seu auxiliar, Rafael Ângulo e pelo dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, foram feitos entre 2010 e 2014.
A denúncia afirma que o senador comprou carros de luxo com o dinheiro da suposta propina. Entre os veículos estão um Lamborghini, avaliado em R$ 3,2 milhões, uma Ferrari (R$ 1,4 milhão), um Bentley e duas Land Rover. Em julho de 2015, os carros de luxo foram apreendidos na residência particular do senador em Brasília, conhecida como Casa da Dinda .
Segundo o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, além de Collor
, estariam envolvidos no suposto esquema a mulher do senador, Caroline Collor, e mais seis acusados que atuavam como “operadores particulares” e “testas de ferro” no recebimento dos valores.