Coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol é desafeto do senador Renan Calheiros
Lula Marques/Agência PT
Coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol é desafeto do senador Renan Calheiros

O coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, procurador Delta Dallagnol, não escondeu sua satisfação diante da  derrota de Renan Calheiros (MDB-AL) na eleição para a presidência do Senado. Os dois são desafetos públicos e chegaram até mesmo a  trocar ataques nas redes sociais no mês passado.

"O Brasil está mudando", escreveu Deltan Dallagnol em suas contas no Twitter e Facebook, acrescentando em outra publicação que a derrota de Renan representa a "rejeição" da sociedade e do Congresso a "alguém investigado pela prática de corrupção na Lava Jato". O emedebista é alvo de 14 processos atualmente.

O procurador avaliou que os senadores demonstraram "sensibilidade" ao abrirem seus votos durante a eleição no Senado, situação que irritou Renan Calheiros e o levou a  desistir de sua candidatura já durante o pleito desse sábado (2), abrindo caminho para a vitória de Davi Alcolumbre (DEM-AP).

"A sensibilidade dos senadores em relação ao voto aberto mostra a importância e a força da mobilização da sociedade. Foi perceptível, também, a preocupação das pessoas com a existência no Senado de um ambiente favorável ao avanço de reformas contra a corrupção", escreveu Deltan. "O fortalecimento do exercício da cidadania em favor de causas apartidárias, como a causa anticorrupção, é algo que pode levar o Brasil para novos e melhores rumos", complementou.

Além dos ataques a Renan, o chefe da força-tarefa da Lava Jato também manifestou descontentamento com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli . O ministro proferiu decisão na madrugada de sexta para sábado  anulando votação no Senado e determinando que a eleição para a presidência da Casa fosse realizada com voto secreto.

Deltan publicou em seus perfis nas redes sociais a reprodução da mensagem: "Coitado de Toffoli que perdeu uma noite de sono com este episódio a troco de nada".

O procurador também citou outro ministro do STF, Luís Roberto Barroso, ao dizer que "o Brasil é atrasado porque o atraso é muito bem defendido". "É o que temos visto de ontem para hoje [sexta para sábado]. Seguimos acompanhando e torcendo que mais e mais pessoas defendam o avanço, e não o retrocesso do velho modo de fazer política", escreveu Deltan Dallagnol .

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