O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, irá acompanhar o presidente Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial, em Davos, para defender que o combate à corrupção atende a uma questão ética, mas também econômica já que contribui para melhorar o ambiente de negócios no Brasil.
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No encontro do qual Sérgio Moro participará entre os dias 22 e 25 de janeiro, na Suíça, cerca de 250 autoridades do G20, o grupo que reúne as 20 principais economias do mundo e de outros países, estarão reunidas para discutir assuntos econômicos de interesse mútuo.
Esta edição do Fórum Econômico Mundial terá como tema a "Globalização 4.0: Moldando uma arquitetura global na era da quarta revolução industrial".
O encontro ocorrerá em meio a uma crescente tensão nas relações comerciais entre os países. Enquanto na Europa, o governo britânico comandado pela primeira-ministra Theresa May enfrenta dificuldades para conseguir um acordo para deixar o bloco econômico da União Europeia - o chamado Brexit, Estados Unidos e China travam uma batalha comercial desde que o presidente norte-americano Donald Trump assumiu o cargo e começou a atacar o que ele chama de "globalismo" ao adotar medidas econômicas protecionistas e sobretaxar as importações de produtos chineses. Medida que foi repetida pelos chineses por ordem do presidente Xi Jinping.
Americanos e chineses, no entanto, acertaram uma trégua prorrogada por 90 dias justamente no último encontro da cúpula do G20, realizado em Buenos Aires, na Argentina, entre os dias 30 de novembro e 1º de dezembro de 2018.
Já se sabe, porém, que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não irá participar do Fórum Econômico Mundia l. Segundo o comunicado divulgado pelo republicano, o cancelamento da viagem se deve ao shutdown no governo do país, ocorrido por conta de um impasse entre os poderes executivo e legislativo.
Trump usou sua conta no Twitter para atribuir aos democratas a ausência no fórum. A controvérsia entre governo e parlamento se baseia na insistência do presidente norte-americano na construção do muro na fronteira com o México e na resistência da oposição em rejeitar a medida.
“Por causa da intransigência democrata na segurança de fronteiras e da grande importância da segurança para nossa nação, estou respeitosamente cancelando minha viagem muito importante a Davos, na Suíça, para o Fórum Econômico Mundial. Meus mais sinceros cumprimentos e desculpas.” Sendo assim, não será em Davos que Trump e Bolsonaro se encontrarão pela primeira vez.
Voltando à participação do Brasil no Fórum Econômico Mundial de Davos, já se sabe que o presidente Jair Bolsonaro não fará um discurso de improviso e, por isso, já está rascunhando o teor de sua fala no encontro, mas também espera-se que Moro faça um discurso sobre as três prioridade da gestão dele à frente do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, sendo ela: o combate à corrupção, o comabte ao crime organizado e o combate aos crimes de violência.
Com a prensença de Moro em Davos, o governo segue com a estratégia de melhorar a imagem do Brasil no exterior que ficou bastante arranhada com todos os acontecimentos recentes no espectro político nacional. A mensagem que o governo quer passar é de que o Brasil está na vanguardar do combate à corrupção no mundo.
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Já no que diz respeito ao combate ao crime organizado e aos crimes violentos, Moro também espera abordar a vertente econômica da sua meta: atrair investimento externos que deixaram de ser realizados pelo clima de insegurança nas principais cidades brasileiras.
Diante dos ataques frequentes e domínio de facções criminosas dentro de presídios espalhados pelo Brasil, Moro resolveu criar a Diretoria de Inteligência Penitenciária. O órgão, que será subordinado ao departamento Penitenciário Nacional (Depen), visa combater a ação das organizações prevendo os crimes.
Já comandante do Depen, Fabiano Bordignon, que é ex-delegado da Polícia Federal, será o responsável pelas ações da nova diretoria. A ideia é atrair especialistas em seguranças e inteligência para atuarem diretamente nas penitenciárias e tirar o poder de facções criminosas sob outros detentos.
De acordo com o Ministério da Justiça, o órgão vai atuar na investigação para inibir que organizações criminosas ajam de dentro para fora das penitenciárias ou que traficantes detidos recebam informações por meio de cartas ou ligações clandestinas.
No que diz respeito ao impacto econômico da ação criminosa iniciada dentro dos presídios, um exemplo atual pode ser dado ao olhar para a área do turismo no Ceará. Esta que é uma grande geradora de emprego em várias localidades do País está sendo afetada pela onda de violência que atinge o estado, onde já foram registradas 187 ações criminosas em 43 das 184 cidades cearenses e 239 prisões desde que a série de ataques começou em 2 de janeiro.
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A insegurança afastou turistas nacionais e estrangeiros e, em meio à alta temporada, a lotação dos hotéis cearenses já caiu de 85% para 65% mesmo com o reforço dos mais de 406 agentes da Força Nacional enviados pelo próprio Sérgio Moro ao estado no último sábado (5), além de 100 policiais militares enviados da Bahia para o Ceará e 43 agentes de inteligência vindos do Piauí, Pernambuco e Santa Catarina.