Nesta segunda-feira (14), mesmo dia em que foi reconduzido ao comando procuradoria-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem afirmou que pode apresentar denúncia contra Fabrício Queiroz mesmo sem os depoimentos do ex-assessor de Flávio Bolsonaro. De acordo com o procurador, a investigação é baseada em “provas documentais consistentes” .
Ex-assessor e motorista de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Fabrício Queiroz apareceu em relatório do Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) com movimentações bancárias atípicas no valor de R$ 1,2 milhão. Ele foi chamado duas vezes para depor ao Ministério Público, mas faltou ambas as vezes alegando problemas de saúde.
Além de Queiroz, parentes do ex-assessor também não compareceram ao MP, bem como o futuro senador Flávio Bolsonaro .
“O depoimento vai apresentar a versão deles dos fatos. A ausência não atrapalha. O Ministério Público pode chegar à conclusão de que tem indícios suficientes para ajuizar ação penal e eles posteriormente podem se pronunciar", disse Eduardo Gussem .
O procurador explicou que o relatório do Coaf não envolve apenas Queiroz, mas gerou 22 diferentes procedimentos de investigação envolvendo diversos parlamentares das Alerj e, quatro deles, já prestaram depoimento: Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), André Ceciliano (PT), Tio Carlos (SDD) e Paulo Ramos (PDT).
Queiroz foi operado para a retirada de um tumor no intestino no hospital Albert Einstein, em São Paulo, no dia 1º de janeiro. No sábado (12), ele divulgou um vídeo para negar que uma dança com seus familiares na enfermaria seria uma comemoração após seus parentes também não prestarem esclarecimentos ao MP.
Já o futuro senador Flávio Bolsonaro informou, por meio de redes sociais, que não compareceria ao MP já que não foi denunciado pela promotoria e quer, primeiro, que sua defesa tenha acesso aos autos.
Em entrevista ao SBT , Queiroz afirmou que irá esclarecer as transações bancárias assim que tiver condições de saúde para tanto, mas adiantou que se tratam de negócios de compra e venda de veículos.
No período em que atuou como assessor na Alerj, Fabrício Queiroz recebeu o salário de R$ 8.517,00. Ex-policial militar e amigo de Jair Bolsonaro, ele foi exonerado no dia 15 de outubro pelo gabinete de Flávio Bolsonaro.