Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, também não compareceu ao depoimento no Ministério Público
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Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, também não compareceu ao depoimento no Ministério Público

O senador eleito Flávio Bolsonaro não compareceu ao Ministério Público nesta quinta-feira (10). O filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) era esperado para dar esclarecimentos sobre a  movimentação financeira atípica de funcionários de seu gabinete no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Em nota, Flávio Bolsonaro afirma que foi notificado apenas na segunda-feira (7), e que tem todo o interesse em esclarecer o caso, apesar de não ser investigado por qualquer crime. Como portador de foro privilegiado, ele pode escolher data, horário e local.

"Como não sou investigado, ainda não tive acesso aos autos, já que fui notificado do convite do MP/RJ apenas no dia 7/Jan, às 12:19. No intuito de melhor ajudar a esclarecer os fatos, pedi agora uma cópia do mesmo para que eu tome ciência de seu inteiro teor. Ato contínuo, comprometo-me a agendar dia e horário para apresentar os esclarecimentos, devidamente fundamentados, ao MP/RJ para que não restem dúvidas sobre minha conduta. Reafirmo que não posso ser responsabilizado por atos de terceiros, como parte da grande mídia tenta, a todo custo, induzir a opinião pública", diz a nota, que foi publicada nas redes sociais do senador eleito em 2018.

Na última terça-feira, familiares de Fabrício Queiroz , ex-motorista de Flávio e cuja movimentação financeira registrou R$1,2 milhão em sua conta, segundo o COAF, também não foram ao Ministério Público . Ao MP, os familiares alegaram que não compareceram pois estão em São Paulo acompanhando o pós-operatório de Queiroz. O ex-assessor parlamentar passou por uma cirurgia no Hospital Israelita Albert Einstein, na zona sul de São Paulo, para a retirada de um tumor no intestino no início do ano.

O Ministério Público quer esclarecer as movimentações financeiras atípicas nas contas de Fabrício Queiroz identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Segundo o órgão responsável por esse tipo de investigação, o ex-assessor recebia sistematicamente transferências bancárias e depósitos feitos por oito funcionários que trabalharam ou ainda trabalham no gabinete parlamentar de Flávio na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Os valores suspeitos giram em torno de R$ 1,2 milhão. Entre as movimentações financeiras atípicas registradas pelo Coaf , há também a compensação de um cheque de R$ 24 mil pago à primeira-dama, Michelle Bolsonaro, além de saques fracionados em espécie no mesmo valor dos depósitos suspeitos feitos na véspera.

Em entrevista, o novo presidente afirma que o cheque é parte do pagamento de uma dívida de R$ 40 mil e que era possível que mais depósitos surgissem. Já o ex-assessor que faltou duas vezes ao depoimento marcado no Ministério Público alegando que está com câncer, disse, em entrevista ao SBT dois dias depois da segunda data marcada, que o valor em dinheiro que movimentou em suas contas é fruto da compra e venda de veículos usados e que ele é um "homem de negócios".

Além do gabinete de Flávio Bolsonaro , funcionários de outros 21 deputados também apareceram no relatório do Coaf. A movimentação financeira total entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, segundo o documento, foi de mais de R$ 207 milhões. No total, foram identificados 75 servidores e ex- servidores da ALERJ que apresentaram movimentação financeira suspeita registrada em contas de suas titularidades.

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