Fabrício Queiroz afirmou que as movimentações bancárias vieram por revendas de carros
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Fabrício Queiroz afirmou que as movimentações bancárias vieram por revendas de carros


Depois de 20 dias que o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou movimentações financeiras suspeitas, o ex-assessor do deputado estadual Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, resolveu falar. Nesta quarta-feira (26), em entrevista ao SBT , o ex-funcionário do filho do presidente eleito afirmou que as transações bancárias são frutos de revendas de carros.

Na entrevista, Fabrício Queiroz afirmou que só dará detalhes sobre a origem do dinheiro ao Ministério Público, mas garantiu que as movimentações só ocorreram em um chamado “rolo comercial”.

"Eu sou um cara de negócios, eu faço dinheiro, compro, revendo, compro, revendo, compro carro, revendo carro, sempre fui assim, gosto muito de comprar carro de seguradora, na minha época lá atrás, compra um carrinho, mandava arrumar, revendia, tenho uma segurança", declarou Queiroz.

O ex-assessor de Flávio Bolsonaro já foi convocado duas vezes para  prestar depoimento no MP-RJ, mas em ambas as ocasiões não compareceu. Segundo seus advogados, ele estava impossibilitado após dar entrada em um hospital por problemas de saúde.

"Fiz exames e foi constatado um tumor no estômago, um endema, que pode ser câncer. Estou com problema na urina também. Eu não estou fugindo, eu quero prestar depoimento", disse.

 Queiroz disse que recebia em torno de R$ 24 mil por mês. Deste valor, R$ 10 mil vinha de sua atuação como assessor parlamentar e o restante pela remuneração como policial. Ele ainda afirmou que pediu para que sua filha fosse empregada assim que abrisse vaga de assessor no gabinete.

"Eu pedi para empregá-las. No nosso gabinete o combinado é que não se fala de dinheiro, não se dá dinheiro. É uma covardiao que estão fazendo com o Flávio", afirmou a defender o seu ex-patrão.

Entenda a acusação contra Fabrício Queiroz

Fabrício Queiroz trabalhou como assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj
Reprodução/Facebook
Fabrício Queiroz trabalhou como assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj


O nome do ex-motorista apareceu em relatório do  Coaf , que integrou a investigação da Operação Furna da Onça, desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.

 Segundo as informações da investigação, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão em uma conta bancária durante um ano, quando recebia salário de R$ 23 mil por mês. As transações foram consideradas atípicas e passaram a ser investigadas.

O advogado do ex-assessor explicou que na verdade Queiroz acumulou R$ 600 mil pelos serviços prestados na Alerj e, com as movimentações bancárias, o Coaf dobrou este valor.

 Segundo o relatório, o ex-assessor repassou R$ 24 mil a Michelle Bolsonaro, futura primeira-dama.  Jair Bolsonaro , presidente eleito, justificou que era a quitação de um empréstimo de R$ 40 mil feito por ele a Queiroz, que foi exonerado do gabinete de Flávio em outubro  deste ano. Além de motorista, o investigado também tinha vínculo com a Polícia Militar.

Na entrevista ao SBT, Queiroz confirmou a história e disse que os pagamentos eram feitos com dez cheques de R$ 4 mil cada.

As descobertas do Coaf são consideradas como o primeiro ‘incômodo’ ao próximo governo. Por isso, a família Bolsonaro já deu declarações de que também torcem para que o caso seja esclarecido o mais rápido possível.

De acordo com o presidente eleito,  Fabrício Queiroz  utilizou a conta da futura primeira-dama para receber o dinheiro "por questão de mobilidade", já que Jair Bolsonaro alegou que tem pouco tempo para ir ao banco em razão da rotina de trabalho. Flávio, que é deputado estadual pelo Rio, por sua vez, afirma que não fez "nada de errado" e que espera que o caso seja esclarecido .

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