O Palácio do Planalto divulgou no início da tarde desta quinta-feira (10) o retrato oficial de Jair Bolsonaro (PSL) como 38º presidente da República do Brasil. A foto oficial, tirada pelo fotógrafo Alan Santos, profissional oficial da Presidência da República, foi escolhida pelo próprio Bolsonaro e agora será distribuída e pendurada em dezenas de salas do próprio Palácio do Planalto, ministérios e outras milhares de repartições públicas pelo País.
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Ainda não há uma data precisa de quando as fotos serão enviadas, no entanto, porque o retrato de Bolsonaro precisa ser enviado para uma gráfica, imprimido em série, para que só então seja distribuído. Entretanto, na semana passada, funcionários do Palácio do Planalto já retiravam os quadros com o retrato oficial do ex-presidente Michel Temer (MDB).
Além disso, na galeria oficial dos presidentes da República, também no Palácio do Planalto, o quadro com o retrato oficial colorido de Temer já foi substituído por um retrato preto e branco. Isso porque é tradição que o único retrato colorido seja justamente do atual presidente da República.
O quadro com a foto colorida de Bolsonaro, portanto, ainda será pendurada e ficará ao lado da sequência dos ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor de Melo, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luis Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer, que antecederam Jair Bolsonaro na Presidência da República .
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Na foto oficial, Bolsonaro aparece sorrindo, um pouco de lado, com os braços para trás enquanto veste um terno preto, uma camisa branca e uma gravata azul marinho, além de estar ostentando à faixa presidencial e um broche com a bandeira do Brasil, à frente da própria bandeira. O presidente da República escolheu usar exatamente o mesmo conjunto que utilizou na cerimônia de posse no dia 1º de janeiro, mas a foto foi tirada apenas no último dia 7 de janeiro.
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A moldura com a fotografia oficial do presidente da República é sobreposta por uma placa de vidro e contém a data de nascimento do presidente. No caso de Bolsonaro, resta a dúvida sobre qual data será utilizada, já que o presidente nasceu no dia 21 de março de 1955, em Glicério, no interior de São Paulo, mas só foi registrado no dia 1º de fevereiro de 1956, na cidade de Campinas, também no interior de São Paulo.
Foto oficial de Bolsonaro retoma tradição de faixa presidencial
A foto oficial de Jair Bolsonaro como presidente retoma uma tradição dos presidentes da República por uma motivo: o presidente ostenta a faixa presidencial. Seu antecessor, Michel Temer, teve um primeiro retrato vasado (e muito criticado) na qual aparecia com a faixa presidencial, mas depois acabou optando por um outro retrato, bem diferente no qual não exibe o adereço.
No primeiro retrato, Temer vestia um terno preto, uma camisa branca e uma gravata vinho, a frente de uma bandeira do Brasil, onde era possível ver o mote de seu governo "Ordem e Progresso" inscrito, e de um céu azul projetado digitalmente com algumas nuvens.
As críticas ao retrato de Temer passaram pela hipótese dele ter usado a faixa presidencial do avesso (já que era diferente da usada pela sua antecessora Dilma Rousseff) e foram até a análise de que o retrato tinham um aspecto falso, mal acabado digitalmente. O Palácio do Planalto se justificou dizendo que a faixa presidencial era a mesma usada por outros ex-presidentes como Lula e Fernando Henrique Cardoso e dizendo que o retrato ainda não tinha passado por todos os tratamentos sendo, portanto, uma prévia.
Fato é que o retrato tirado pelo fotógrafo Orlando Brito, no final de dezembro de 2016, no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente da República onde Temer resolveu permanecer mesmo após se tornar presidente com o impeachment de Dilma Rousseff, foi criticada também por Temer que chegou a declarar que a imagem "de fato, me dá uma sensação estranha. Parece que já morri".
A produção e a direção desse primeiro ensaio ficaram a cargo do publicitário Elsinho Mouco, marqueteiro do MDB, que explicou que "a intenção da foto é passar serenidade e confiança. Tudo o que se espera de um líder que tem a missão de tirar o País do caos e resgatar a esperança. Não é um culto à personalidade, mas um compromisso com a ordem e o progresso", disse.
Fato é que Temer resistia a ideia de posar para a foto oficial e só foi convencido a tirar um retrato oficial, em outubro de 2016, depois que foi apontada a importância simbólica do retrato oficial, inclusive para reafirmar que é um presidente legítimo e combater o discurso da oposição de que houve um "golpe" para tirar Dilma Rousseff (PT) do poder, mas o primeiro retrato nunca foi utilizado.
No seu lugar, Temer escolheu uma outra foto tirada pelo fotógrafo Beto Barata em maio de 2017, na biblioteca do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, mas que não era utilizado pelo ex-presidente.
Nessa foto, em que Temer aparece posando frontalmente, sem a faixa verde e amarela, com um terno preto, uma gravata azul rajada e uma camisa branca, a frente, novamente, da bandeira do Brasil com a frase "Ordem e Progresso" legível e os livros na prateleira ao fundo, o então presidente aparece com a mão direita no bolso do paletó e outra apoiada sobre uma mesa. O cenário repetia a escolha de Fernando Henrique Cardoso.
"Fizemos com base no briefing do presidente, que queria um foto serena, passando confiança para o desafio do momento. Estudamos os retratos dos últimos 10 presidentes. Cada um fala muito sobre o perfil de cada um. Temer queria uma coisa mais Fernando Henrique Cardoso, que posou com livros atrás dele", ponderou Mouco na ocasião.
A escolha pela foto sem a faixa presidencial retomou a opção de Itamar Franco, curiosamente, o último vice-presidente que assumiu o poder, neste caso, após a renúncia sucedida pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello.
No mesmo dia em que publicou a foto oficial nas redes sociais, porém, o ex-presidente Temer foi atacado pela ex-presidente Dilma Rousseff que, por sua vez, também publicou sua foto oficial colorida com a legenda: presidenta da República eleita.
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Além disso, outra diferença entre a foto de Bolsonaro e Temer é que o primeiro demorou apenas dez dias para divulgar a foto oficial, já o segundo demorou mais de um ano até que tivesse seu retrato oficializado.