Bolsonaro critica imprensa "parcial" e diz que vai democratizar verbas

Presidente afirmou que uma "imprensa livre é a garantia da nossa democracia" e disse que não irá privilegiar empresa A, B ou C

Presidente Jair Bolsonaro disse também que buscará o apoio do Congresso para acabar com o chamado “BV”
Foto: Agência Brasil/Fabio Rodrigues
Presidente Jair Bolsonaro disse também que buscará o apoio do Congresso para acabar com o chamado “BV”

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) prometeu nesta segunda feira (7) acabar com o que ele chamou de “privilégios” na distribuição de verbas publicitárias federais para órgãos de imprensa que o governo considere "imparciais".

"Nenhum órgão de imprensa terá direito a mais ou menos daquilo que nós viermos a gastar com nossa imprensa. Queremos que cada vez uma imprensa mais fortes e isenta. A imprensa livre é a garantia da nossa democracia. Vamos acreditar em vocês, mas estas verbas não serão mais privilegiadas para a empresa A, B ou C", disse Jair Bolsonaro durante a cerimônia de posse dos presidentes de bancos estatais , no Palácio do Planalto.

O presidente disse também que buscará o apoio do Congresso para acabar com o chamado “BV”, bonificação por volume paga por veículos de comunicação a agências de publicidade. "Aprendi há pouco o que é isso, e fiquei surpreso e até mesmo assustado. Vamos eliminar essas questões para que a imprensa possa cada vez mais fazer um bom trabalho no Brasil", declarou.

O recado também foi transmitido para as organizações não governamentais (ONGs) que, de acordo com Bolsonaro, terão o repasse de recursos submetido a um "rígido controle, para que possamos fazer com que recursos públicos sejam melhor utilizados".

"A questão também de ONGs , parece que não tem importância, mas tem sim. Os recursos destinados, os que forem liberados para ONGs, sofrerão, como é da esperança de todos, um rígido controle, para que nós possamos então fazer com o que o recurso público seja bem utilizado."

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O presidente também disse que a transparência será marca de seu governo e reforçou a missão aos novos dirigentes de bancos estatais que assumiram nesta segunda-feira (7) o comando do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e do BNDES. Segundo ele, essa tarefa terá que abranger inclusive atos do passado promovidos pelos “amigos do rei” dentro destas instituições.

“Transparência acima de tudo. Todos os nossos atos terão que ser abertos para o público. E o que aconteceu no passado também. Não podemos admitir qualquer cláusula de confidencialidade pretérita. Esses atos e ações tornar-se-ão públicos”, afirmou.

Bolsonaro destacou que a escolha dos três novos presidentes de bancos foi feita exclusivamente pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo ele, essa liberdade dada a todos os ministros de seu governo inaugura um novo modelo de gestão.

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“Há pouco, o que mais se ouvia era uma verdadeira briga para definir qual partido ficaria com esta ou aquela diretoria de banco”, afirmou o presidente, destacando que essa era uma sinalização clara de que a economia não iria bem. Jair Bolsonaro voltou a alertar sua equipe da responsabilidade de sua administração e reiterou: “Nós não podemos errar”.

* Com informações da Agência Brasil