Principais lideranças do PT desde que o ex-presidente Lula está preso em Curitiba, a senadora Gleisi Hoffmann e o ex-ministro Fernando Haddad foram duros na crítica ao decreto do presidente Jair Bolsonaro que fixou o salário mínimo em R$ 998 na última terça-feira (1). Na visão dos petistas, o valor prejudica o povo brasileiro.
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De acordo com Gleisi, o valor aprovado pelo Congresso para o salário mínimo, ainda no governo Temer, foi de R$ 1006, valo abaixo do fixado por Bolsonaro, ainda que próximo.
“Começou: primeiro ato de Bolsonaro na presidência é assinar decreto com novo salário mínimo abaixo do que foi aprovado pelo Congresso. Era pra ser R$ 1.006,00. Isso faz muita diferença pra quem ganha pouco!”, escreveu a senadora em seu Twitter.
Opositor de Jair Bolsonaro nas eleições, sendo derrotado no segundo turno, Fernando Haddad usou da ironia para criticar o decreto presidencial. O ex-prefeito de São Paulo citou a frase do presidente, que afirmou que o Brasil estava se livrando do socialismo.
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“Povo começou a se libertar do socialismo: salário mínimo previsto de R$ 1006,00 foi fixado em R$ 998,00. Sem coitadismo. Selva!”, escreveu, também usando o Twitter.
Fernando Haddad também usou a ironia para comentar uma outra ação de Bolsonaro, que transferiu, nesta quarta-feira (2), a demarcação de terras indígenas e quilombolas para o Ministério da Agricultura.
“Ministério do Agronegócio cuidará de reforma agrária e da demarcação de terras indígenas e quilombolas. Vamos torcer para dar certo”, disse o ex-ministro da Educação nos governos Lula.
Salário mínimo decretado por Bolsonaro já é válido para janeiro
Com o decreto assinado no seu primeiro dia como presidente, o valor do mínimo já é válido para o pagamento salarial a partir de janeiro.
O mínimo é usado como referência para os benefícios assistenciais e previdenciários. Pela regra, o salário mínimo deve ser corrigido pela inflação do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país) dos dois anos anteriores.