O embaixador João Carlos de Souza-Gomes ficará afastado de suas funções provisoriamente por 85 dias. Ele é acusado de assédios morais e sexuais com servidoras que trabalham com ele em Roma, capital da Itália. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União na última sexta-feira (21).
Leia também: Mentor de Bolsonaro, Olavo de Carvalho aceitaria ser embaixador, mas temporário
O embaixador João Carlos Souza-Gomes é responsável por chefiar a Delegação Permanente do Brasil na Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) em Roma. As denúncias de assédio da parte dele chegaram até o Ministério das Relações Exteriores de forma anônima e seguem em sigilo.
Na decisão publicada no Diário Oficial da União, assinada pelo ministro Aloysio Nunes, não é citado qualquer motivo para o afastamento. É dito, porém, que Souza-Gomes não cumpriu devidamente suas funções.
Leia também: Palestinos classificam mudança da embaixada brasileira em Israel como provocação
"O ministério determina suspensão do ministro de primeira classe João Carlos de Souza-Gomes por 85 dias pelo descumprimento de deveres funcionais previstos", diz o texto do Diário Oficial.
A investigação contra o chanceler começou em 2017. No processo aberto, ele é investigado por descumprir os regimes jurídicos dos servidores públicos civis da União (Lei nº 8.112/90) e dos servidores do Serviço Exterior Brasileiro (Lei nº 11.440/06).
Na justificativa para abertura da investigação, é dito que João Carlos de Souza-Gomes teve uma conduta "imoral e incompatível com a administração" e tratou as pessoas com termos "indecorosos" e "incorretos seja na vida pública ou privada".
Com a troca de governo, é possível que o próximo ministro, Ernesto Araújo, substitua o chanceler ou o transfira para outra função a partir de 2019.
Leia também: Embaixador do Brasil é expulso da Venezuela por causa de 'golpe a Dilma'
Assim que o processo foi aberto, Aloysio Nunes pediu o retorno do acusado e o mesmo passou a trabalhar no escritório do Itamaraty no Rio de Janeiro. Com a decisão desta sexta-feira (21), o embaixador é obrigado a interromper os seus trabalhos e não pode assinar qualquer documento da embaixada.