O senador eleito pelo Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro (PSL), filho mais velho do futuro presidente, Jair Bolsonaro (PSL), disse que é seu ex-assessor Fabrício Queiroz quem deve prestar esclarecimentos sobre movimentações financeiras suspeitas indentificadas pelo Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf).
"Quem tem que dar explicação é o meu ex-assessor, não sou eu. A movimentação atípica é na conta dele. No meu gabinete todo mundo trabalha", disse Flávio Bolsonaro antes da cerimônia de diplomação dos candidatos eleitos no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (18). A declaração foi reportada pelo jornal Folha de S.Paulo .
O relatório produzido pelo Coaf no âmbito das investigações da Operação Furna da Onça, que apura atuação irregular de deputados estaduais na Assembleia Legislativa do Rio, apontou movimentações suspeitas entre 2016 e 2017 que totalizam R$ 1,2 milhão nas contas de Fabrício Queiroz, policial militar que atuou como motorista e segurança do filho de Bolsonaro.
Dentre as transações indentificadas pelo órgão estava pagamento, em cheque, no valor de R$ 24 mil à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O presidente eleito explicou que a transação se refere ao pagamento de parte de uma dívida de R$ 40 mil.
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O Ministério Público Estadual do Rio (MP-RJ) já instaurou 22 investigações criminais para esclarecer as movimentações financeiras atípicas de servidores da Alerj. Em nota divulgada nessa segunda-feira, a promotoria ressaltou que as transações identificadas pelo Coaf "não necessariamente importam em ilicitude e, por esta razão, as investigações estão sendo conduzidas com a devida cautela e profundidade". Os procedimentos estão sob sigilo.
De acordo com o jornalista Lauro Jardim, colunista do O Globo , Fabrício Queiroz prestará depoimento aos investigadores do MP-RJ nessa quarta-feira (19). A informação não foi confirmada oficialmente.
Na semana passada, Flávio Bolsonaro já havia se manifestado quanto ao assunto e disse fazer questão que os fatos fossem esclarecidos . “Não fiz nada de errado, sou o maior interessado em que tudo se esclareça pra ontem, mas não posso me pronunciar sobre algo que não sei o que é, envolvendo meu ex-assessor. A mídia está fazendo uma força descomunal para desconstruir minha reputação e tentar atingir Jair Bolsonaro”, escreveu em sua página no Facebook.