Médicos cubanos são criticados por Jair Bolsonaro durante coletiva de imprensa: 'não há garantia da qualidade deles'
Valter Campanato/Agência Brasil
Médicos cubanos são criticados por Jair Bolsonaro durante coletiva de imprensa: 'não há garantia da qualidade deles'


O presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou, nesta sexta-feira (16), que é "injusto" e "desumano" destinar aos brasileiros mais pobres o atendimento médico por parte de profissionais cubanos. Isso porque, segundo o presidente, os médicos cubanos não dão "qualquer garantia" de qualidade.

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"Eu nunca vi uma autoridade no Brasil dizer que foi assistida por médicos cubanos . Será que nós devemos destinar aos mais pobres profissionais, entre aspas, sem qualquer garantia? Isso é injusto. Isso é desumano", disse Bolsonaro, se referindo ao atual programa Mais Médicos, do governo federal.

"Não queremos isso para ninguém, muito menos para os mais pobres. Queremos salário integral e o direito de trazer a família para cá. Isso é pedir muito? Isso está em nossas leis", complementou o presidente eleito.

A declaração de Bolsonaro foi dada logo após um café da manhã, tomado ao lado do comandante da Marinha, o almirante de esquadra Eduardo Bacelar Leal Ferreira, no Comando do Primeiro Distrito Naval, no centro do Rio de Janeiro.

Em uma coletiva após o encontro, o presidente foi indagado sobre o programa federal. Isso porque, na última quarta-feira (14), o governo de Cuba informou que decidiu sair do Mais Médicos por causa do que chamou de "declarações ameaçadoras e depreciativas" de Bolsonaro. 

Por sua parte, o presidente eleito disse que o governo de Cuba não quis aceitar condições para continuar no programa Mais Médicos .

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Ainda nesta sexta, Bolsonaro afirmou que o governo brasileiro não tem comprovação de que os profissionais de saúde enviados por Cuba sejam competentes. Por esse motivo, ele defende que os médicos de Cuba passem por uma prova para revalidar o diploma e atuar no Brasil.

Também segundo Bolsonaro, a maneira como hoje é feita a contratação desses médicos é "situação de prática de escravidão", isso porque, de acordo com Bolsonaro, o governo cubano impede que a família dos médicos os acompanhe durante o período em que eles estão no Brasil.

"Vamos falar em direitos humanos? Quem diria, não é? Tanta crítica eu sofri aqui... talvez a senhora [dirigindo-se a uma jornalista] seja mãe. Imaginou ficar longe dos seus filhos por um ano? É a situação de prática de escravidão que estão sendo submetidos os médicos e as médicas cubanos no Brasil. Imaginou confiscar da senhora 70% do seu salário?", criticou o presidente eleito.

Mais cedo, o Ministério da Saúde informou que a seleção de profissionais brasileiros para ocuparem as vagas que serão deixadas pelos médicos cubanos do programa Mais Médicos ocorrerá ainda em novembro . Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a saída de cubanos do programa afetará cerca de 28 milhões de pessoas.

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