O presidente nacional do MDB, senador Romero Jucá (RR), afirmou nesta quarta-feira (7) que o partido quer manter a Presidência do Senado . A sigla é a maior bancada da Casa e, segundo Jucá, o nome para disputar a vaga deve ser definido no fim de janeiro.
“Não seremos caudatário de ninguém”, escreveu Romero Jucá em uma rede social. O presidente do MDB também ressaltou a posição de independência do partido em relação ao governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. “O partido não está conversando e não vai conversar com o novo governo sobre cargos”, disse Jucá no Twitter. E completou: “O MDB vai se posicionar pela democracia e pelas liberdades individuais e coletivas”.
O partido não está conversando com o novo governo, não vai conversar com o novo governo sobre cargos. O MDB vai se posicionar pela democracia, pelas liberdades individuais e coletivas.
— Romero Jucá (@romerojuca) 7 de novembro de 2018
Nesta quarta-feira (7), o MDB lançou o documento O Caminho do Futuro, que faz um balanço das medidas tomadas pelo governo do presidente Michel Temer, critica o PT e aponta estratégias de desenvolvimento para o país. O documento afirma que “a economia brasileira hoje é muito diferente da que encontramos em 2016”, quando Temer assumiu o Palácio do Planalto.
De acordo com o documento, após o país ter superado a recessão de 2017, a expectativa é de que em 2018 “o crescimento estará em volta de 1,4%, ainda muito abaixo do atual potencial da economia”. Para 2019 projeta um crescimento superior a 2,5% e, para isso, destaca que o país tem inflação e juros baixos, além de um plano de ajuste fiscal.
Leia também: Bolsonaro afirma que não escolhe sua equipe por cor, sexo ou orientação sexual
A principal tarefa do país, segundo o MDB , é recuperar os postos de trabalho perdidos e criar novos empregos para os jovens que entram no mercado. O texto destaca também que o governo atual tomou medidas para gerar empregos, por meio da reforma trabalhista.
O Caminho do Futuro cita ainda a necessidade de aprovação da reforma da Previdência e da redução dos custos com o funcionalismo público, sob o argumento de que as despesas obrigatórias representam 75% dos gastos da União.
Para o MDB, o governo Temer evitou “o abismo para onde caminhávamos” e iniciou a reversão da trajetória da economia. “Este é um legado que pertence à nação e que não pode ser desperdiçado. Não fomos tão longe quanto pretendíamos”, afirma o documento, citando como obstáculos a desorganização do sistema político e algumas intervenções do Judiciário.
Ao avaliar as eleições de outubro, o MDB critica o antigo aliado: “O resultado das eleições mostrou que a sociedade rejeitou quem se propôs a retroceder e fazer o caminho de volta ao passado. Foi, entre outras coisas, um claro veredicto sobre as políticas econômicas da era PT”.
Leia também: Eunício Oliveira pauta reajuste do STF e Bolsonaro diz que "não é o momento"
Segundo Romero Jucá , o documento confirma a posição de independência do MDB em relação ao novo governo. “Isso não é neutralidade, mas defender o que acreditamos”, argumentou o senador, que não foi reeleito.