Na reta final da campanha presidencial, o candidato Fernando Haddad (PT) comentou, em evento de campanha em João Pessoa (PB), as ações de Tribunais Regionais Eleitorais (TRE) e da polícia em instituições públicas de ensino pelo país. Para o presidenciável, elas configuram tentativas de "intimidar as universidades", que o petista relaciona ao seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL).
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"Eu quero dizer para ele [Bolsonaro] que não adianta intimidar as universidades
públicas. As universidades não vão se calar, os professores não vão se calar, os estudantes não vão se calar. O povo tem sua independência, soldadinho de araque", disse Haddad.
A dois dias do segundo turno das eleições, o candidato do PT à Presidência da República, usou também as redes sociais para pedir que os eleitores não se de deixem guiar pelo “ódio e pela mentira”. Prometeu ainda “corrigir erros e retomar acertos”. Em tom de otimismo, afirmou: “Vamos virar essa eleição”.
“Sou um professor que vive de salário, com 18 anos de serviços prestados ao Brasil. Vamos virar essa eleição, corrigir os erros e retomar os acertos. O ódio não vai levar o Brasil a lugar nenhum” , ressaltou.
Em resposta a setores do agronegócios, Haddad defendeu que não é preciso “derrubar mata pra ampliar a produção” .“Meu programa de governo prevê desmatamento líquido zero. O que pode ser desmatado estará de acordo com a legislação e, em contrapartida, outras áreas serão reflorestadas”.
Para o candidato do PT, a possibilidade de fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, levantada por apoiadores do adversário dele Jair Bolsonaro, pode “falir agronegócio brasileiro”. “Se o Brasil não estiver nos acordos sobre o meio ambiente, os outros países não vão comprar do agronegócio brasileiro.”
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Reproduzindo uma reportagem publicada no jornal Valor Econômico , que mostra pesquisa da empresa Atlas Político sobre eficácia de fake news que indica que mais de um terço do eleitorado afirma acreditar em duas notícias falsas contra o PT, o que representa ameaça à democracia.
“[É um] gravíssimo atentado contra nossa democracia . E nosso adversário segue tentando manipular a vontade do povo com mentiras e desinformação. Não vai conseguir.”
Mais uma vez, Haddad cobrou de Bolsonaro a participação em debates. “O povo vai acordando para o tiro no escuro que é Bolsonaro. Ele chama de estratégia não ir aos debates. Eu nunca vi alguém que se diz do Exército dizer que a estratégia é se esconder, fugir. Ele não honra nem as Forças Armadas, que diz pertencer.”
No Twitter, o candidato do PT postou um vídeo do escritor Ziraldo, de 85 anos, que está se recuperando de um acidente vascular cerebral (AVC) desde setembro, em que ele gravou o voto em Haddad. “Vamos todo mundo votar no Haddad porque é a garantia”, disse o cartunista, falando de forma pausada.
Depois de condenar o que chamou de tentativa de intimidar as universidades , Haddad agradeceu pelo apoio. “Emocionado com a fala do grande Ziraldo, que mesmo diante de sua própria luta não se retira das trincheiras pela democracia.”
* Com informações da Agência Brasil
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