O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, reproduziu, na tarde desta terça-feira (23), uma acusação feita pelo cantor e compositor Geraldo Azevedo contra o general Hamilton Mourão, vice de Jair Bolsonaro. A declaração afirmava que Mourão era torturador na época da ditadura e que teria, pessoalmente, torturado Azevedo, que foi preso em 1969, passando 41 dias detido.
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No entanto, em 1969, Mourão ainda tinha 16 anos e não havia ingressado no Exército – embora fosse aluno de um Colégio Militar. Após ser confrontado pela acusação, o vice de Bolsonaro afirmou, inclusive, que à declaração de Azevedo "cabe processo". Antes da informação ser confirmada, porém, Haddad citou a acusação e sugeriu hoje que Mourão era torturador , reproduzindo a fala de Azevedo.
"Bolsonaro nunca teve nenhuma importância no Exército. Mas o Mourão foi, ele próprio, torturador. O Geraldo Azevedo falou isso. Ver um ditador como eminência parda de uma figura como Bolsonaro deveria causar temor em todos os brasileiros minimamente comprometido com o Estado Democrático de Direito", afirmou Fernando Haddad em sabatina promovida pelos jornais O Globo e Valor Econômico e pela revista Época.
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A acusação, inicialmente, foi feita por Azevedo num show na Bahia no último fim de semana. No palco, o cantor disse que foi preso e torturado. "Vocês não sabem o que é tortura, não. Esse Mourão era um dos torturadores lá, entendeu?", afirmou. Em resposta, Mourão disse que a afirmação é mentirosa. "Ele me acusa de tê-lo torturado em 1969. Eu era aluno do Colégio Militar em Porto Alegre e tinha 16 anos", afirmou o general da reserva. "Cabe processo."
Hamilton Mourão
ingressou no Exército quando entrou na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em 1972. Ele se formou em 1975 e é filho do general de divisão Antonio Hamilton Mourão e Wanda Coronel Martins Mourão.
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Mais tarde, em nota divulgada à imprensa sobre a sua acusação de que Mourão era torturador , Azevedo pediu desculpas "pelo transtorno causado pelo equívoco e reafirmou sua opinião de que não há espaço no Brasil de hoje para a volta de um regime que tem a tortura como política de Estado e cerceia a liberdade de imprensa". Haddad ainda não comentou a nota de Azevedo.