A uma semana do segundo turno, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedeu na tarde deste domingo (21) uma entrevista à imprensa em que foram anunciadas medidas de combate à disseminação de notícias falsas nas redes sociais. A coletiva do TSE ocorre no momento em que denúncias de caixa dois na campanha de Jair Bolsonaro (PSL) foram apresentadas ao tribunal pelo adversário do capitão reformado, Fernando Haddad (PT).
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Ao longo da coletiva do TSE , a ministra Rosa Weber, presidenta da corte, foi diversas vezes questionadas sobre a possibilidade de impugnação da candidatura de Bolsonaro, conforme solicitaram o PT e o PDT.
Weber defendeu a atuação do tribunal, que em sua avaliação não falhou no combate às notícias falsas, mas disse que, como juíza, não pode comentar o caso em andamento "fora dos autos do processo", e que a resposta da Justiça virá em seu devido prazo, que nem sempre coincide com "a velocidade que a sociedade quer".
"A desinformação deliberada ou involuntária que visa ao descredito há de ser combatida com informação responsável e objetiva, tudo com a transparência que exige um estado democrático de direito", acrecentou, logo no início da coletiva.
A ministra comentou, também, as ameaças do deputado Eduardo Bolsonaro, que em julho ameaçou que seu grupo poderia "fechar o STF" caso, "por qualquer motivo", o tribunal resolva impugnar a candidatura de seu pai.
"As instituições estão funcionando normalmente e juiz algum no Brasil que honra a sua toga se deixa abalar por qualquer manifestação que pode eventualmente ser compreendida como inadequada", arrematou.
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Além da presidente do TSE, participaram da entrevista os ministros Raul Jungmann, da Segurança Pública, Sérgio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a advogada-geral da União, Grace Mendonça, e o diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro.
A ministra lembrou que há, no TSE, decisão para abertura das investigações em torno das denúncias sobre a existência de empresários que financiariam um esquema criminoso para a propagação de fake news anti-PT via WhatsApp . A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral Eleitoral também estão nas apurações. "Observado o devido processo legal, daremos, no momento oportuno, a resposta adequada", tornou a repetir Weber.
Por fim, a ministra defendeu, também, as urnas eletrônicas brasileiras, contrariando a onda de desconfiança quanto ao processo eleitoral. "O sistema eletrônico é auditável, já que qualquer fraude nele deixaria necessariamente digitais", disse. "Confiem na Justiça Eleitoral. Ela é a maior arma para o eleitor".
Na semana que passou, Haddad acusou Bolsonaro de estar por trás do esquema de caixa dois. Os adversários trocaram acusações, e o deputado do PSL negou envolvimento. Pelo Twitter, afirmou que não tem controle sobre apoios voluntários e que o PT não está sendo prejudicado por boatos, e sim pela “verdade”. A coletiva do TSE foi uma tentativa de trazer serenidade ao momento eleitoral.
* Com informações da Agência Brasil
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