O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, afastou-se da ação de apoiadores que pagam por serviços que disseminam mensagens contra o PT pelo WhatsApp
. A denúncia surgiu em reportagem publicada nesta quinta-feira (18) pelo jornal Folha de S.Paulo
, segundo o qual empresas privadas pagaram até R$ 12 milhões por contrato para levar adiante essa campanha difamatória, que é proibida pela Justiça Eleitoral.
"Eu não tenho controle se tem empresário simpático a mim fazendo isso. Eu sei que fere a legislação. Mas eu não tenho controle, não tenho como saber e tomar providência", disse Jair Bolsonaro ao site O Antagonista .
O núcleo da campanha do capitão reformado afirmou, ainda, desconhecer as empresas citadas na reportagem, que serão notificadas por advogados do PSL para que se expliquem sobre a acusação. O grupo jurídico do entorno de Bolsonaro pretende, também, processar o Partido dos Trabalhadores.
Pouco antes, o candidato usou as redes sociais para ironizar as reações de seu adversário, o candidato Fernando Haddad, que chamou a ação no WhatsApp de "fraude" , e de outras lideranças do PT.
"Apoio voluntário é algo que o PT desconhece e não aceita. Sempre fizeram política comprando consciências. Um dos ex-filiados de seu partido de apoio, o PSOL, tentou nos assassinar", disse Bolsonaro, lembrando do ataque realizado por Adelio Bispo de Oliveira no mês passado. "Somos a ameaça aos maiores corruptos da história do Brasil. Juntos resgataremos nosso país!", continuou.
"O PT não está sendo prejudicado por fake news , mas pela verdade. Roubaram o dinheiro da população, foram presos, afrontaram a justiça, desrespeitaram as famílias e mergulharam o País na violência e no caos. Os brasileiros sentiram tudo isso na pele, não tem mais como enganá-los!", completou o candidato do PSL.
Um dos filhos do presidenciável, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC), também reagiu à reportagem da Folha e disse que o jornal, "junto com a petralhada", "não se cansa de contar meias verdades ou mentiras descontextualizadas".
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Reações a denúncia sobre campanha de Jair Bolsonaro
Após a denúncia sobre as mensagens no WhatsApp virem à tona, o Partido dos Trabalhadores divulgou nota informando que "já estuda quais medidas judiciais serão tomadas" diante da denúncia. Segundo o PT, os fatos podem configurar crimes de organização criminosa, caixa dois, calúnia e difamação e lavagem de dinheiro.
O PDT, do outrora presidenciável Ciro Gomes, anunciou que pretende recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para pedir a anulação do primeiro turno da eleição. O presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, disse que o disparo automático de mensagens para eleitores configura "ilegalidade grave" e que isso "pode ter influenciado no processo eleitoral".
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Haddad chegou a acusar o próprio candidato Jair Bolsonaro de ter, ele próprio, pedido o apoio de empresários para lançar a campanha anti-PT pelo aplicativo de troca de mensagens. "Vamos levar ao conhecimento da Justiça todos os indícios. Alguns, que estão chegando agora, indicam reuniões em que ele [Bolsonaro], de viva voz, pediu o apoio via WhatsApp", disse o petista.