Abílio Diniz é acusado de estelionato, organização criminosa, falsidade ideológica e crime contra a saúde pública
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Abílio Diniz é acusado de estelionato, organização criminosa, falsidade ideológica e crime contra a saúde pública

O empresário Abílio Diniz e mais 42 pessoas foram indiciados na âmbito da Operação Trapaça , um desdobramento da Operação Carne Fraca. Diniz foi indiciado pelo delegado da Polícia Federal (PF) Maurício Moscardi por estelionato, organização criminosa, falsidade ideológica e crime contra a saúde pública.

Além de Abílio Diniz , o ex-diretor-presidente da BRF – empresa dona das marcas Sadia, Perdigão e Qualy – Pedro de Andrade Faria também foi denunciado pelos mesmos crimes. De acordo com as investigações, quatro fábricas da BRF Brasil Food são suspeitas de fraudar laudos relacionados à presença de salmonela em alimentos para exportação a 12 países que exigem requisitos sanitários específicos de controle da bactéria do tipo salmonella spp. As fraudes foram constatadas entre 2012 e 2015.

Segundo a PF , a intenção era burlar requisitos sanitários de exportação para África do Sul, Argélia, Coreia do Sul, Israel, Irã, Macedônia, Maurício, Tadjiquistão, Suíça, Ucrânia, Vietnã e União Europeia.

As investigações indicam que cinco laboratórios (sendo três credenciados junto ao Mapa e dois do setor de análises da BRF) fraudavam resultados de exames feito nos produtos da empresa.

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A Polícia Federal também afirmou que executivos da BRF , do corpo técnico e profissionais responsáveis pelo controle de qualidade dos produtos da empresa consentiam com as fraudes. Os executivos ainda fizeram manobras extrajudiciais para dificultar a investigação.

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as exportações dessas fábricas da BRF para esses 12 destinos estão suspensas. A BRF é uma das maiores empresas de alimentos do mundo, dona das marcas Sadia, Perdigão e Qualy.

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A BRF afirmou, em nota, que "é interesse máximo da administração da BRF que os fatos relacionados às investigações das autoridades sejam esclarecidos em toda a sua profundidade e extensão, uma vez que a empresa tem como princípio tolerância zero com qualquer tipo de conduta indevida".

Também em nota à imprensa, a assessoria de Abílio Diniz disse que o empresário não cometeu nenhuma irregularidade como presidente do Conselho de Administração da BRF. Diz ainda que “o indiciamento não indica culpa, mas apenas que a autoridade policial considera haver indícios de atos ilícitos, o que será apreciado ainda pelo Ministério Público”. 

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