Candidato derrota ao governo de São Paulo, Paulo Skaf decide dar o seu apoio a Marcio França na disputa de 2º turno
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Candidato derrota ao governo de São Paulo, Paulo Skaf decide dar o seu apoio a Marcio França na disputa de 2º turno

Separados por apenas 89.144 votos num colégio eleitoral com mais de 33 milhões de eleitores, Paulo Skaf (MDB) e Marcio França (PSB) estarão juntos no 2º turno contra João Dória (PSDB) na eleição pelo cargo de governador de São Paulo. Em evento realizado na unidade do SESI de Suzano, Skaf declarou apoio a Marcio França de quem é amigo pessoal e por quem foi convidado a entrar na política pela primeira vez.

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Em entrevista à rádio Jovem Pan na manhã desta quarta-feira (10), o atual governador já tinha declarado que tem uma relação com o presidente licenciado da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) "de muito tempo" e que Skaf declararia apoio a Marcio França . "Ele foi filiado ao meu partido, na primeira vez que entrou na política foi por convite meu", disse o candidato à reeleição lembrando que em 2010, Skaf se filiou ao PSB e concorreu pela primeira vez ao governo do Estado.

Mais tarde, em evento em Suzano, o ex-candidato a governador de São Paulo pelo MDB, Paulo Skaf, confirmou as palavras de Marcio França mais cedo. Os dois, inclusive, gravaram um vídeo juntos na unidade do SESI na cidade da região metropolitana de São Paulo:

Como é de praxe, o candidato que está sendo apoiado se comprometeu a incorporar algumas propostas do candidato derrotado ao seu próprio programa de governo em troca do apoio. Nesse caso, a conversa entre os dois ficou em torno do tópico da educação. Skaf declarou que “tenho uma preocupação com a educação. O Márcio França tem esse compromisso comigo de levar educação de qualidade para as escolas públicas de São Paulo. São Paulo não pode esperar mais quatri anos para melhorar o ensino. E essa razão é o grande motivo de estarmos juntos."

Na sequência, o presidente da Fiesp ainda completou alfinetando o adversário de ambos no 1º turno, João Doria. Para ele, "o projeto comum pela educação, o projeto comum de tocar as obras e gerar emprego que São Paulo tanto quer precisa de um governador com personalidade e caráter, que fale a verdade. Aí você confia."

Mais a frente, Skaf foi ainda mais claro e afirmou "se alguém tem duvida sobre o caráter do Doria, pergunta ao Alckmin”, se referindo ao áudio vazado da reunião do Comitiva Nacional do PSDB realizado ontem (9) em Brasília, na qual o ex-governador Geraldo Alckmin acusa Dória de traidor.

Márcio França, por sua vez, também afirmou que o objetivo é melhorar as escolas estaduais e afirmou que se inspira no modelo do Sesi, liderado por Skaf. "O grande desafio da gente é conseguir fazer isso para todo mundo, né, fazer esse padrão que possa ser para todo mundo", declarou antes de ressaltar que "a gente tem essa relação de amizade, que tem a ver com sinceridade. Sinceridade com as pessoas, lealdade, enfim, afinidade que não se perde com o tempo".

Em evento de sua própria campanha no hospital municipal da Vila Nova Cachoeirinha, na periferia da capital paulista, o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, João Doria, respondeu às críticas afirmando que "o Paulo Skaf já vestiu a camisa vermelha do Márcio França e já incorporou o discurso do Márcio França. É lamentável esse tipo de colocação, mas eu não vou fazer novos comentários", disse antes de completar, "o Paulo Skaf fez uma opção clara: vai apoiar a esquerda. Aliás, voltar ao seu berço, porque, na sua primeira candidatura, ele disputou pelo Partido Socialista Brasileiro".

O apoio de Paulo Skaf a Marcio França é tido com um dos principais trunfos do atual governador para conseguir a reeleição. Isso porque enquanto o próprio teve 21,53% e o segundo 21,09% dos votos válidos, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, o candidato mais votado, João Doria obteve 31,77% dos votos e passou na primeira posição com mais folga.

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Paulo Skaf declara apoio a França e atual governador consegue grande trunfo na disputa contra João Doria (PSDB) no 2º turno

Dessa forma, a união entre Skaf e França enfraquece a posição de Doria que ficará sem apoios relevantes no 2º turno. Isso porque o quarto colocado na disputa estadual foi Luiz Marinho, do PT, que chegou a declarar que "ter o Marcio França no segundo turno não deixa de ser um alívio" e que "jamais se falaria de qualquer possibilidade de recomendação de voto num cidadão como João Doria, que não tem palavra, que representa o atraso do atraso no estado de São Paulo".

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Além disso, o apoio de Paulo Skaf a Marcio França, segundo o próprio candidato, "tira essa marca que o Doria está tentando colocar de esquerda, direita".

O candidato, porém, foi questionado se é um político de esquerda, tendo em vista o apoio de seu partido ao candidato do PT  à Presidência, Fernando Haddad, no âmbito nacional. Diante disso, França disse que divergiu da posição nacional do partido diversas vezes e voltou a dizer que será neutro no segundo turno presidencial . A cúpula do PSB resolveu liberar os diretórios regionais de São Paulo e do Distrito Federal para decidir o que farão.

O atual governador ainda lembrou que ao convidar sua candidata a vice, a Coronel Eliane Nikoluk, para a chapa se comprometeu a não apoiar o PT e "quando assumo um compromisso, não volto atrás", aproveitando para fazer uma crítica indireta ao adversário tucano que se licenciou do cargo de prefeito de São Paulo para concorrer a governador de São Paulo mesmo depois de afirmar que ficaria no cargo durante os quatro anos de mandato para o qual foi eleito no 1º turno das eleições municipais de 2016.

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Major Olímpio também declara apoio a Marcio França

Major Olímpio não declarou apoio a Marcio França, mas disse que
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Major Olímpio não declarou apoio a Marcio França, mas disse que "por exclusão, votará no atual governador na disputa contra o candidato do PSDB, João Doria

Senador eleito por São Paulo com mais de 9 milhões de votos válidos (25,81%), Major Olimpio (PSL) também declarou apoio a Marcio França "por exclusão" na disputa de 2º turno para o cargo de governador de São Paulo. Principal liderança política associada a Jair Bolsonaro (PSL) e coordenador da campanha do candidato a Presidência no estado de São Paulo, Olímpio declarou que "eu não alimento meu carrasco. Não subo no palanque do PSDB. Por exclusão, vou votar em Márcio França", disse Olímpio antes de fazer a ressalva "não vamos entrar em lutas domésticas. O PSL liberou [alianças] inclusive nos Estados onde está no segundo turno. Nosso foco é a campanha do Jair Bolsonaro".

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