Líder das pesquisas eleitorais, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) desistiu de participar do debate da Rede Globo, último antes do primeiro turno após passar por uma avaliação médico. Ainda se recuperando de uma facada que sofreu durante um comício em Juiz de Fora (MG) o deputado foi impedido de ir ao evento por recomendação de seus médicos.
No entanto, no mesmo dia do debate da Globo, Bolsonaro deu uma longa entrevista para o jornalista Eduardo Ribeiro, do Jornal da Record. A exclusiva foi gravada, mas exibida na mesma hora do debate, e teve cerca de 25 minutos de duração.
Durante a conversa, que foi gravada na casa do deputado, o candidato prometeu "unir o Brasil", atacou os governos do PT e falou sobre o atentado a facada que sofreu. "Juiz de Fora foi onde eu nasci de novo. Gostaria de agradecer aos médicos da Santa Casa e também do Albert Einstein", disse. Ele ainda afirmou que não sabia da gravidade do ferimento até dois dias depois do ocorrido. "O risco de infecção generalizada era grande", explicou.
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Bolsonaro disse que, de acordo com os médicos, sua recuperação tem sido muito boa e que ele se sente bem, na medida do possível. Ele ainda confirmou que deve retirar a bolsa de colostomia entre os meses de novembro e dezembro.
Após falar sobre seu estado de saúde, o deputado partiu para o ataque e criticou os governos do PT. "Não podemos deixar que um partido que mergulhou o Brasil na mais profunda crise moral, ética e econômica voltar ao poder com as mesmas personalidades", afirmou o capitão da reserva, que ainda disse que toda a campanha petista é comandada de "dentro da cadeia" pelo ex-presidente Lula e chamou o candidato Fernando Haddad de "fantoche". "Por incompetência, ele sequer conseguiu passar para o segundo turno para se reeleger em São Paulo", atacou.
O candidato ainda se colocou como o nome para "unir o povo brasileios". "A esquerda nos dividiu em castas: negros contra brancos, nordestinos contra sulistas, ricos contra pobres e filhos contra pais", analisou.
Sobre a composição de seu eventual governo, Bolsonaro ressaltou o independência, afirmando que não vai negociar ministérios e voltou a atacar o PT. "Qual partido assaltou a Petrobras? Qual partido esteve envolvido com empreiteiras? São partidos que tiveram seus ministérios negociados pelo governo", afirmou.
Sobre as polêmicas de sua campanha, Bolsonaro garantiu que não vai acabar com o 13º salário e atacou a oposição por "se aproveitar de uma palavra errada de seu companheiro de chapa, General Mourão . Já sobre as fake news, o candidato voltou a atacar a militância de esquerda e lamentou não ter controle sobre as notícias falsas feitas por simpatizantes de sua candidatura. "Quando um seguidor meu extrapola a culpa cai em cima de mim", disse. Ele também negou que vai acabar com o Bolsa Família caso seja eleito.
Ainda sobre fake news, o deputado criticou o movimento "#elenão", dizendo que os protestos espalharam mentiras sobre sua campanha e que eles foram encabeçados por "artistas que estão há anos mamando na Lei Rouanet". "Eu quero o mal de todo mundo? Eu quero o mal de negros, mulheres, nordestinos, de quem recebe o Bolsa Família? Não é verdade", se defendeu.
Ele ainda prometeu vai resgatar a credibilidade do Brasil, que, segundo ele "foi jogada no lixo nos últimos 13 anos". Em mais um ataque ao PT, Bolsonaro afirmou que o partido tem um "projeto de poder" e que a corrupção está "colada" no partido.
Sombra de Bolsonaro paira no debate
Apesar de não ter participado de debate da Rede Globo, Jair Bolsonaro esteve presente na boca dos adversário. Chamado de "covarde" e "amarelão" por não ter comparecido ao evento, o nome do candidato também foi associado a títulos como "extremista", "preconceituoso" e "candidato do ódio".