Nova polêmica do general Mourão decorre de declarações a respeito de direitos trabalhistas
Divulgação/Exército Brasileiro - 7.7.14
Nova polêmica do general Mourão decorre de declarações a respeito de direitos trabalhistas

As declarações do general Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice-presidente na chapa com Jair Bolsonaro (PSL),  criticando direitos trabalhistas como o 13º salário e o pagamento do adicional de férias devem servir de munição para os adversários do candidato do PSL ao Planalto. Ao menos cinco candidatos reagiram ao vice de Bolsonaro, que classificou o 13º salário como "jabuticaba brasileira" e uma "mochila nas costas dos empresários".

A equipe de campanha do candidato Geraldo Alckmin (PSDB) preparou às pressas propaganda para o horário eleitoral desta quinta-feira (27) atacando as declarações do vice de Bolsonaro , conforme reportado pelo jornal Folha de S.Paulo . "A campanha de Bolsonaro é contra o 13º salário", diz a peça publicitária de Alckmin, que já vinha elevando o tom dos ataques ao candidato do PSL, líder nas pesquisas de intenções de voto até aqui.

Em sua conta no Twitter, Alckmin chamou a campanha de Bolsonaro de "lamentável", citando outras polêmicas envolvendo o próprio Mourão, o economista Paulo Guedes (guru econômico do candidato do PSL), e o filho mais novo do presidenciável, Carlos Bolsonaro

"A campanha de Bolsonaro é lamentável. O filho, vereador pelo RJ, passa o dia me atacando com mentiras. Ontem, imitando o pai, fez apologia à tortura. O vice, depois de ofender indígenas, negros e mulheres, ataca agora o 13º e as férias dos trabalhadores. E querem a volta da CPMF", escreveu o tucano, que também criticou a reação de Bolsonaro às declarações de seu vice .

"Bolsonaro tenta disfarçar a real intenção de sua campanha dizendo que o 13º salário está na Constituição. O fato é que eles já declararam que vão fazer uma nova Constituição. E não será escrita pelos representantes escolhidos pelo povo, mas por uma comissão de 'notáveis'", reclamou.

PT, Boulos e Álvaro Dias condenam declaração do vice de Bolsonaro

Vice de Bolsonaro foi repreendido pelo candidato do PSL após declarações sobre 13º salário
Reprodução
Vice de Bolsonaro foi repreendido pelo candidato do PSL após declarações sobre 13º salário

O Partido dos Trabalhadores (PT), do candidato Fernando Haddad, também reagiu às falas do general Mourão . Em nota divulgada nesta tarde, o PT classifica as declarações do militar da reserva do Exército como "mais uma ameaça ao nosso povo". "O décimo-terceiro salário é uma conquista histórica da classe trabalhadora, assim como a gratificação de férias, incorporada democraticamente à Constituição de 1988. É inacreditável que alguém se candidate a governar o País propondo massacrar ainda mais os trabalhadores", diz o partido.

O candidato Guilherme Boulos (PSOL) também atacou o vice de Bolsonaro, dizendo que "o projeto de Brasil de Mourão é o dos direitos políticos durante a ditadura militar com os direitos trabalhistas de antes da abolição da escravidão".

Na mesma linha, o candidato Álvaro Dias (Podemos) disse que a declaração é "imperdoável". "A fala de Mourão contra 13º e férias é imperdoável, porque defende um retrocesso, especialmente para o trabalhador, que tem sofrido demais com uma política draconiana do governo, que esmaga o setor produtivo com extorsão tributária que impede os cidadãos de ganharem o que merecem", afirmou.

Ainda internado no Hospital Albert Einstein se recuperando de faca sofrida no dia 6 deste mês, Jair Bolsonaro mais uma vez repreendeu seu vice e saiu em defesa do pagamento do 13º salário. Esta não foi a primeira vez que o vice de Bolsonaro foi chamado à atenção. Ao longo deste mês, o candidato do PSL já havia se movimentado para minimizar outra polêmica engendrada pelo general Mourão, que disse que casas sem figuras masculinas são "fábricas de desajustados" .

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