Fernado Haddad durante a entrevista no Jornal Nacional, da TV Globo, nesta sexta-feira (14)
Reprodução/ TV Globo
Fernado Haddad durante a entrevista no Jornal Nacional, da TV Globo, nesta sexta-feira (14)

O candidato à Presidência pelo PT, Fernando Haddad, participou nesta sexta-feira (14) de uma entrevista no Jornal Nacional, da TV Globo. Ele foi convidado para participar da sabatina com os âncoras William Bonner e Renata Vasconcellos após ser oficializado como presidenciável pelo partido.

Durante a entrevista, Fernando Haddad foi questionado sobre a corrupção dentro do PT, seu mandado como prefeito de São Paulo e a situação que a ex-presidente Dilma Rousseff deixou o país. 

Bonner questionou a "dificuladade" do Partido dos Trabalhadores de fazer autocrítica sobre os anos em que esteve no poder e o envolvimento em escândalos de corrupção como o "mensalão" e a Operação Lava Jato. 

Haddad iniciou sua resposta dando "boa noite o presidente Lula", afirmou que divide a questão da corrupção em dois tipos "um governo que combate a corrupção", com a Polícia Federal e órgão de fiscalização e o que "enfraquece essas instituições". O ex-prefeito defendeu que o partido criou macânismos de combate a corrupção.

O candidato petista alegou ainda que, segundo delatores, a corrupção na Petrobras remonta a ditadura militar. O reforçou que o PT criou e fortaleceu mecanismos para investigar crimes no governo. 

"A administração pública avançou, as estatais ficaram desguarnecidas, mas as instituições desmantelaram essas quadrilhas", defendeu Haddad sobre o esquema de corrupção dentro da  Petrobras.

Em seguida, Bonner questionou o fato de Haddad defender que os atos de corrupção são individuais e não do partido. O jornalista citou um levantamento do MPF sobre o PT e atuação de pessoas importantes do partido no esquema investigado pela força-tarefa da Lava Jato.

Haddad rebateu Bonner afirmando que a Globo também é investigada, ele defendeu que ser investigado não significa ser condenado e rechaçou a ideia de que havia um esquema que envolvia todo o partido.

“A Rede Globo condena por antecipação”, criticou Haddad ao defender que Bonner citou pessoas que são apenas investigadas e não figuram como réus em ações da Lava Jato. 

Ainda sobre o tema "corrupção", Bonner abordou as críticas do PT ao Poder Judiciário e citou as indicações que o partido fez para cargos dentro do Judiciário durante os mandatos de Lula e Dilma.

"Nós nunca partidarizamos o Judiciário, Lula não indicou pessoas pensando em ser beneficiado", afirmou Haddad. O candidato defendeu ainda que os erros do Judiciário são possíveis e, por isso, os recursos estão previstos na lei, para corrigir esses erros.

Haddad também teve que comentar sobre as denúncias contra ele na época em que era prefeito da capital paulista que incluiam as empreiteiras debrecht e UTC . "Eles me denunciaram e não provaram até hoje, esses promotores estão sendo investigados por terem feito denuncia 30 dias antes da eleição", rebateu o petista.

O ex-prefeito defendeu ainda que criou mecanismos para combater a corrupção durante o seu mandato e que desmantelou três esquemas de superfaturamento.

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Renata então aproveitou para questionar por que Haddad não se reelegeu e perdeu no preimiro turno em 2016. O candidato dulpou o "antipetismo", disse que aquele havia sido um ano atípico, marcado pelo impeachment de Dilma. "O eleitor foi induzido ao erro, o demônio do país era o PT", afirmou.

Haddad disse ainda que teve de enfrentar o momento de recessão da cidade. “Eu tive responsabilidade de manter a cidade sã em meio a uma crise”, defendeu o candidato ao ser questionado sobre as promessas não cumpridas.

Fernando Haddad fala sobre sabotagem da oposição

Para Fernando Haddad ofensiva da oposição contra o segundo mandato de Dilma foi o que agravou a crise
Divulgação
Para Fernando Haddad ofensiva da oposição contra o segundo mandato de Dilma foi o que agravou a crise

Renata perguntou também por que o eleitor deveria acreditar que Haddad não vai agravar a crise como teria feito Dilma, já que ambos são uma indicação de Lula.

"Tenho toda a certeza que o PSDB não vai sabotar o governo", disse Haddad citando a entrevista em que o ex-presidente do PSDB Tasso Jereissati afirma que os tucanos não deveriam ter contestado o resultado das eleições.

O petista defendeu que a ofensiva da oposição, com pautas-bombas sendo aprovadas no Congresso e prejudicando a economia, tiveram peso maior do que a situação economica que o país estava no início do segundo mandato de Dilma .

Já estourando o tempo previsto para a entrevista, Haddad foi convidado a dizer emm um minuto que país ele quer para o futuro. "Eu tenho ctz que todos que estão me ovindo se lembram da normalidade dos 12 anos que estivemos no país", disse o condidato relembrando os programas feitos pela gestão petista. Relembra os programas do partido. Por fim, ele defendeu que trará o desenvolvimento econômico para o país novamente.

Essa foi a última entrevista, feita após a  semana de sabatinas da emissora realizada no final de agosto com os candidatos ao Planalto mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto e que contou com a presença de Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PSL), Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede). Na época, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda era o candidato do partido, mas não obteve autorização para participar da entrevista que seria realizada no dia 31 de agosto. 

Após a confirmação de Fernando Haddad como novo candidato petista na terça-feira, a TV Globo agendou a entrevista com o candidato. A participação de Haddad tinha o tempo previsto de até 27 minutos, como ocorreu com os adversários.

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