O candidato à Presidência e substituto de Lula na chapa do PT, Fernando Haddad , fez carreata nesta quinta-feira (13) pela região central de Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo. Ao lado de sua candidata a vice, Manuela D'Ávila (PCdoB), o ex-prefeito projetou que sua campanha tem três semanas "para ganhar e virar essa eleição".
Fernando Haddad bem que encontrou algumas brechas para exaltar feitos de sua gestão à frente do Ministério da Educação, mas o principal mote de seus discursos foram as menções ao seu padrinho político. Lula foi lembrado 20 vezes ao longo dos sete minutos e meio em que Haddad esteve com o microfone em mãos (somados dois discursos realizados nesta durante o ato desta manhã). O número significa que o ex-presidente foi citado uma vez a cada 22 segundos.
Haddad disse de cima do carro de som que o ex-presidente Lula foi vítima de "um erro grave do Judiciário contra a democracia" e citou a liminar proferida pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU defendendo a participação do petista na disputa eleitoral.
"As autoridades brasileiras descumpriram um tratado internacional para impedir o Lula de ser candidato a presidente. Só que tem uma coisa: o Lula deixou o plano de governo pronto. E o Lula, na impossibilidade de disputar, contra a vontade dele, nos escolheu a todos aqui, a mim e à Manuela , para nós representarmos esse projeto", bradou o ex-prefeito.
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Justiça eleitoral publicou hoje registro da candidura de Fernando Haddad
O candidato também mencionou pesquisa CUT/VoxPopuli divulgada nesta quinta-feira, segundo a qual ele próprio tem 22% das intenções de voto, liderando a corrida presidencial com quatro pontos a mais que o candidato Jair Bolsonaro (PSL) – que lidera nos levantamentos de todos os outros institutos de pesquisas.
"Eles vão ficar nervosos e nós não podemos aceitar provocação. Porque nós estamos do lado da Justiça, da soberania do povo. Nós estamos do lado do Brasil. E o que eles querem é que o nosso projeto não volte à Brasília. O Lula não é só uma pessoa. O Lula é um projeto e nós não vamos abrir mão desse projeto", disse Haddad.
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A substituição do nome de Lula pelo de Haddad como candidato da coligação O Povo Feliz de Novo (que congrega PT, PCdoB e Pros) foi definida nesta semana, quando se encerrou o prazo definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A maioria dos ministros da Corte havia decidido, no início do mês, barrar a candidatura de Lula por conta de sua condenação no caso tríplex da Operação Lava Jato.
A nova configuração da chapa com Fernando Haddad e Manuela D'Ávila foi publicada nesta quinta-feira pela Justiça Eleitoral. Agora, partidos, candidatos e o Ministério Público Eleitoral têm prazo de cinco dias, a contar dessa sexta-feira (14), para apresentarem eventual pedido de impugnação do registro.