Coube ao general reformado Hamilton Mourão, vice de Bolsonaro, chamar seus correligionários à razão. Irritado com o grande volume de visitas ao candidato esfaqueado na quinta-feira (6), o militar lembrou que o momento de Jair é de recuperação – e que qualquer exposição a vírus ou bactérias pode ser fatal para o deputado.
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“Ele está numa recuperação e não é para ficar fazendo oba oba como fizeram”, criticou. Embora o vice de Bolsonaro não tenha nomeado os autores do ‘oba oba’, a declaração foi dada ao jornal Folha de S.Paulo após o senador Magno Malta (PR) visitar o quarto do presidenciável – ele aproveitou a oportunidade para transmitir ao vivo, nas redes sociais, falas do candidato.
“Exageraram, exageraram totalmente. Totalmente fora de propósito”, disse Mourão, que emendou: “Não pode, se não vira carnaval. É uma área de isolamento, qualquer resfriado que ele pegue ali ele morre”, lembrou.
Questionado se pretende, ele próprio, visitar o deputado, Mourão foi curto e grosso. “Nós não temos o que conversar. Agora é hora de recuperar a saúde”, disse.
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Um novo boletim médico sobre o estado de saúde do candidato à Presidência aponta que o deputado "apresenta nítida melhora clínica e laboratorial". O comunicado foi divulgado pelo Hospital Albert Einstein na manhã deste domingo (9). Segundo a nota, o paciente apresenta "nítida melhora clínica e laboratorial", sem "nenhuma evidência de infecção".
"O quadro abdominal apresentou melhora nas últimas 24 horas e o paciente persiste em cuidados intensivos e com progresso do tempo de permanência fora de leito e caminhada. Mantém jejum oral , recebendo nutrientes por via endovenosa", completa o boletim sobre a recuperação.
O texto é assinado pelos médicos Antônio Luiz Macedo, cirurgião; Leandro Echenique, clínico e cardiologista; e Miguel Cendoroglo, Diretor Superintendente do Einstein.
O presidenciável está internado desde sexta-feira (7) no hospital na Zona Sul de São Paulo se recuperando de um ataque a faca sofrido enquanto participava de uma atividade de campanha no Centro de Juiz de Fora, em Minas Gerais, na tarde de quinta-feira (6). Lideranças do PSL definiram que, enquanto ele se recupera, Mourão, vice de Bolsonaro , assumirá os compromissos públicos da campanha.
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