Esfaqueador de Bolsonaro “não era normal”, diz familiar de agressor

Marido da sobrinha de esfaqueador de Bolsonaro, que já teve problema policial com ele, aponta que Adelio Bispo era pessoa instável

Adelio Bispo de Oliveira, o esfaqueador de Bolsonaro
Foto: Reprodução
Adelio Bispo de Oliveira, o esfaqueador de Bolsonaro

Adelio Bispo de Oliveira, o homem que tentou matar o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), tinha o costume de se trancar por horas no barracão de sua família em Montes Claros, Minas Gerais, de onde é natural. “Fechava a porta e a janela, sei lá pra quê, e ficava lá dentro queimando ‘caloria’”, contou ao jornal Folha de S.Paulo Fábio Rodrigues de Oliveira, 45 anos, casado com a sobrinha do esfaqueador.

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O familiar de Adelio, com quem ele não se dava bem – os dois chegaram a “sair no braço”, de acordo com Fábio, em uma disputa que envolveu a Polícia Militar de Montes Claros – descreveu o esfaqueador de Bolsonaro , enfim, como alguém instável e imprevisível.

“Não posso dizer se era maluco, mas, pelas atitudes que tomava, não era normal, não. Deve ter algum distúrbio”, opinou Fábio, ainda à Folha .

O marido da sobrinha de Adelio Bispo acrescentou ainda que o agressor era homem de poucas palavras. Ele deixou Montes Claros aos 17 anos, aparecendo esporadicamente para passar uns dias na casa da família. Numa dessas ocasiões, aconteceu o episódio ao qual a PM teve de pôr termo.

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Foi em 2013, quando Adelio chegou no barracão à noite e, sem estar com as chaves, resolveu arrombar o portão. Depois disso ele passaria um mês na casa, negando-se, de acordo com Fábio, a contribuir com as contas. Até que um dia eles se desentenderam.

“Saímos no braço aqui fora. Quebrei o dedo dele. Veio a polícia e nós fomos para a delegacia”, diz.

Fábio diz que a família soube do envolvimento do parente no episódio do esfaqueamento como a maioria das pessoas, pela TV. “Falei com a minha mulher: acho que é o seu tio. Saí e, quando voltei, ela já danou a chorar”, contou, à Folha .

A família teme, agora, uma represália dos apoiadores do candidato presidencial. Ele afirma que ele e a esposa já receberam ameaças nas redes sociais da internet – o próprio perfil de Adelio, como pode se verificar, já foi tomado por elas. Enquanto isso, o esfaqueador de Bolsonaro segue em cela especial e é vigiado por equipes da Polícia Federal.

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