Investigação de desvio de obras do Rodoanel que resultou na Operação Pedra no Caminho teve início em 2016
Daniel Guimarães/A2img
Investigação de desvio de obras do Rodoanel que resultou na Operação Pedra no Caminho teve início em 2016

A soltura de Pedro da Silva, ex-diretor de engenharia da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), órgão do governo de São Paulo, foi determinada nesta terça-feira (28) pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-diretor estava preso desde o dia 21 de junho, na Operação Pedra no Caminho, da Polícia Federal, que investiga desvio de R$ 600 milhões nas obras do Rodoanel , em São Paulo.

O colegiado, por 3 votos a 2, seguiu o voto do relator do habeas corpus ministro Gilmar Mendes. O ministro entendeu que não há justificativas para manutenção da prisão preventiva do investigado por desvio de dinheiro das obras do Rodoanel .

Gilmar Mendes afirmou que a prisão pode ser substituída por medidas cautelares, como a entrega do passaporte à Justiça e a proibição de deixar o país e de entrar nas dependências da Dersa. O habeas corpus foi protocolado pelos advogados de defesa do acusado,.

Além de Gilmar, votaram pela concessão de liberdade os ministros do STF Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Edson Fachin e Celso de Mello ficaram vencidos e votaram pela manutenção da prisão por entenderem que há informações no processo que remetem a suposta tentativa do ex-diretor de determinar a destruição de provas.

Investigação de desvio nas obras do Rodoanel

Delatores acusam ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza de ter cobrado propina por contrato de obras do Rodoanel
Geraldo Magela/Agência Senado - 29.8.12
Delatores acusam ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza de ter cobrado propina por contrato de obras do Rodoanel

A investigação que resultou na Operação Pedra no Caminho  teve início em 2016 com a instauração de um inquérito a partir da denúncia de um ex-gerente de uma empreiteira. O ex-gerente alegou que não concordava com os desvios de dinheiro e por esse motivo foi exonerado do cargo.

Segundo o Ministério Público Federal, as fraudes, que envolveram desvios e superfaturamento, estão relacionadas a um convênio firmado entre a estatal estadual e a União no valor de R$ 6,4 bilhões. A procuradoria estima que os desvios chegaram a R$ 600 milhões.

As empreiteiras agiam incluindo aditivos aos contratos para, por exemplo, remover formações rochosas, que teriam sido descobertas durante a terraplanagem. No entanto, de acordo com a Polícia Federal, essas rochas já estavam previstas, inclusive em estudos geológicos da década de 1960.

Leia também: Justiça manda soltar diretor da Dersa preso por desvios no Rodoanel

Outra prática ilegal observada foi o jogo de planilhas: funcionários da Dersa confirmaram que partiu da diretoria da empresa a orientação para alterar as planilhas, diminuindo os valores de alguns serviços e elevando de outros com objetivo de reduzir suspeitas.

Por meio de nota, a Dersa, responsável pelas  obras do Rodoanel , informou que, junto ao “governo do estado é a maior interessada na elucidação do caso. Havendo qualquer eventual prejuízo ao erário público, o estado adotará as medidas cabíveis, como já agiu em outras ocasiões”.

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