![Investigação de desvio de obras do Rodoanel que resultou na Operação Pedra no Caminho teve início em 2016 Investigação de desvio de obras do Rodoanel que resultou na Operação Pedra no Caminho teve início em 2016](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/bz/04/ud/bz04udqksdvoupwtz62i282nq.jpg)
A soltura de Pedro da Silva, ex-diretor de engenharia da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), órgão do governo de São Paulo, foi determinada nesta terça-feira (28) pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-diretor estava preso desde o dia 21 de junho, na Operação Pedra no Caminho, da Polícia Federal, que investiga desvio de R$ 600 milhões nas obras do Rodoanel , em São Paulo.
O colegiado, por 3 votos a 2, seguiu o voto do relator do habeas corpus ministro Gilmar Mendes. O ministro entendeu que não há justificativas para manutenção da prisão preventiva do investigado por desvio de dinheiro das obras do Rodoanel .
Gilmar Mendes afirmou que a prisão pode ser substituída por medidas cautelares, como a entrega do passaporte à Justiça e a proibição de deixar o país e de entrar nas dependências da Dersa. O habeas corpus foi protocolado pelos advogados de defesa do acusado,.
Além de Gilmar, votaram pela concessão de liberdade os ministros do STF Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Edson Fachin e Celso de Mello ficaram vencidos e votaram pela manutenção da prisão por entenderem que há informações no processo que remetem a suposta tentativa do ex-diretor de determinar a destruição de provas.
Investigação de desvio nas obras do Rodoanel
![Delatores acusam ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza de ter cobrado propina por contrato de obras do Rodoanel Delatores acusam ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza de ter cobrado propina por contrato de obras do Rodoanel](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/7u/4t/m9/7u4tm9qaxr7g1j7qfh64ghcs3.jpg)
A investigação que resultou na Operação Pedra no Caminho teve início em 2016 com a instauração de um inquérito a partir da denúncia de um ex-gerente de uma empreiteira. O ex-gerente alegou que não concordava com os desvios de dinheiro e por esse motivo foi exonerado do cargo.
Segundo o Ministério Público Federal, as fraudes, que envolveram desvios e superfaturamento, estão relacionadas a um convênio firmado entre a estatal estadual e a União no valor de R$ 6,4 bilhões. A procuradoria estima que os desvios chegaram a R$ 600 milhões.
As empreiteiras agiam incluindo aditivos aos contratos para, por exemplo, remover formações rochosas, que teriam sido descobertas durante a terraplanagem. No entanto, de acordo com a Polícia Federal, essas rochas já estavam previstas, inclusive em estudos geológicos da década de 1960.
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Outra prática ilegal observada foi o jogo de planilhas: funcionários da Dersa confirmaram que partiu da diretoria da empresa a orientação para alterar as planilhas, diminuindo os valores de alguns serviços e elevando de outros com objetivo de reduzir suspeitas.
Por meio de nota, a Dersa, responsável pelas obras do Rodoanel , informou que, junto ao “governo do estado é a maior interessada na elucidação do caso. Havendo qualquer eventual prejuízo ao erário público, o estado adotará as medidas cabíveis, como já agiu em outras ocasiões”.