Presidente Michel Temer não escondeu sua insatisfação ao ser incluído em inquérito sobre propina da Odebrecht
Marcos Corrêa/PR - 1.3.18
Presidente Michel Temer não escondeu sua insatisfação ao ser incluído em inquérito sobre propina da Odebrecht

A Polícia Federal enviou por escrito 20 perguntas ao presidente Michel Temer a respeito de  doação de R$ 10 milhões feita pela Odebrecht ao MDB – partido de Temer – em 2014. O acerto em torno dessa doação ao diretório nacional do partido é investigado em inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Além de Temer, também são alvos dessa investigação os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Minas e Energia).

Os investigadores questionam se  Michel Temer , que à época era vice de Dilma Rousseff (PT), teria sido "aquinhoado com alguma parcela" do valor doado pela Odebrecht e voltam a pedir informações sobre o jantar ocorrido em abril de 2014, no Palácio do Jaburu, no qual emedebistas e representantes da empreiteira fecharam acordo para a doação. A nova leva de perguntas foi enviada ao presidente no dia 7 deste mês, conforme informações do jornal O Estado de S.Paulo .

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Algumas das perguntas encaminhadas pelo delegado Thiago Machado Delabary já haviam sido respondidas por Temer no âmbito do inquérito dos Portos . O relator desse processo no Supremo, Luís Roberto Barroso, autorizou o compartilhamento de informações entre as duas investigações, atendendo a pedido apresentado semana passada pelo Serviço de Inquéritos Especiais (SINQ) da Polícia Federal.

Em outra pergunta, o delegado Delabary aborda diretamente uma das principais premissas da investigação, que é a de que Padilha e Moreira Franco teriam recebido propina da  construtora em troca de favorecimentos em concessões aeroportuárias junto à Secretaria de Aviação Civil.

"Alguns executivos da Odebrecht afirmaram, no âmbito de seus respectivos acordos de colaboração, que, em meio à segunda rodada de concessões de aeroportos, receberam do ministro Moreira Franco solicitação de apoio financeiro à campanha do PMDB, o que teria redundado na disponibilização de R$ 4 milhões pela construtora, em recursos não contabilizados. Vossa Excelência teve ciência da solicitação e do encaminhamento dos valores?", questiona o delegado da PF, conforme transcrito pelo Estadão .

Temer respondeu: "Não tenho a menor ciência do aporte desses recursos".

Inquérito contra Michel Temer

Michel Temer é também investigado em outros três processos e um o quarto inquérito está em andamento
Marcos Corrêa/PR - 2.5.18
Michel Temer é também investigado em outros três processos e um o quarto inquérito está em andamento

Esse inquérito foi aberto em abril do ano passado no Supremo, mas passou a ter o presidente como um dos alvos apenas em março, após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O caso é relatado pelo ministro Edson Fachin e as investigações tiveram início a partir das delações de Marcelo Odebrecht e de Cláudio Melo Filho, que são os dois representantes da construtora que participaram do já citado jantar no Jaburu.

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Além desse inquérito, o presidente Michel Temer é também investigado em outros três processos. Dois deles estão travados por conta de decisões da Câmara dos Deputados que impediram o andamento das ações enquanto Temer ocupar a Presidência da República. Já o quarto inquérito está em andamento e apura  suposto pagamento de propina a Temer no âmbito da edição do chamado Decreto dos Portos. 

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