![Paulo Maluf foi condenado por lavagem de dinheiro envolvendo propina recebida quando ele era prefeito de SP Paulo Maluf foi condenado por lavagem de dinheiro envolvendo propina recebida quando ele era prefeito de SP](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/2c/nq/vw/2cnqvwx92d0vjsqb797h9roei.jpg)
O deputado afastado Paulo Maluf (PP-SP), de 86 anos, deve decidir até a próxima terça-feira (21) sobre a possibilidade de renunciar ao seu mandato para evitar ser cassado . A promessa foi feita pelo advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, em reunião com os deputados que compõem a Mesa Diretora da Câmara realizada na tarde desta terça-feira (14) na residência oficial do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Kakay afirmou que a decisão sobre a renúncia ainda não foi tomada, pois se trata de uma questão "personalíssima". Paulo Maluf foi condenado a 7 anos e 9 meses de prisão e atualmente está afastado de suas atividades legislativas cumprindo prisão domiciliar em São Paulo.
O debate a portas fechadas entre os integrantes da cúpula da Câmara e a defesa de Maluf foi resultado de uma ação ajuizada pelo próprio Rodrigo Maia junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) em fevereiro. Na ocasião, o presidente da Câmara contestou trecho da sentença que condenou Maluf, na qual o ministro do Supremo Edson Fachin determinava a perda do mandato parlamentar como punição adicional à sua prisão.
Maia alegou que cabe à Câmara decretar a cassação do mandato de um deputado. "É uma prerrogativa constitucional irrenunciável”, afirmou o parlamentar, defendendo ainda que, segundo a Constituição, cabe à Mesa Diretora declarar a perda do mandato nesse caso, sem que haja decisão do plenário.
Paulo Maluf e a busca pela sobrevivência como deputado federal
![Aliados de Paulo Maluf querem mais informações sobre processo que resultou na condenação do deputado de 86 anos Aliados de Paulo Maluf querem mais informações sobre processo que resultou na condenação do deputado de 86 anos](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/2t/5x/4d/2t5x4dw5vzx8byjvdl64kog2e.jpg)
O debate sobre a eventual cassação do mandato de Maluf estava inicialmente marcado para a semana passada, mas foi adiado devido a um pedido de vistas apresentado pelos deputados André Fufuca (PP-MA) e Fábio Ramalho (MDB-MG).
Aliados do ex-prefeito paulistano na Câmara argumentavam que é necessário mais tempo para colher informações sobre a condenação imposta pela Primeira Turma do STF e, só após isso, discutir a cassação de seu mandato parlamentar.
Com a possibilidade de renúncia, no entanto, a questão seguirá indefinida por ao menos mais uma semana. Ao fim desse prazo, os integrantes da Mesa Diretora entendem ser inviável protelar a questão pois isso pode significar o descumprimento de ordem judicial.
A condenação do parlamentar no STF se deve a suposto crime cometido durante sua gestão como prefeito de São Paulo, entre 1993 e 1996.
A sentença foi imposta em processo no qual o deputado afastado foi acusado de receber propina em contratos com as empreiteiras Mendes Júnior e OAS para a construção da Avenida Água Espraiada, hoje chamada Avenida Roberto Marinho. Os recursos foram movimentados em contas ligadas a Maluf e à sua família no exterior e o crime de lavagem de dinheiro se configurou nas transações financeiras realizadas posteriormente visando trazer os recursos de propina de volta ao Brasil.
Maluf ficou preso entre dezembro e março no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, mas ganhou o direito de cumprir prisão domiciliar devido a "graves problemas de saúde" , conforme alegou sua defesa em recurso aceito pelo ministro do STF Dias Toffoli. Aos 86 anos de idade, o ex-prefeito de São Paulo lida com problemas cardíacos, ortopédicos, câncer de próstata e diabetes.
Em maio, o parlamentar afastado foi novamente condenado, por unanimidade , pela Primeira Turma STF por falsidade ideológica com fins eleitorais devido a fraudes na prestação de contas de sua campanha eleitoral de 2010. A pena imposta a Paulo Maluf nesse processo é de 2 anos e 9 meses de prisão em regime semiaberto, convertido para domiciliar.