'Meu encarceramento foi a última fase de um golpe em câmera lenta', diz Lula, questionando o respeito à democracia
Divulgação/Instituto Lula
'Meu encarceramento foi a última fase de um golpe em câmera lenta', diz Lula, questionando o respeito à democracia

Direto de Curitiba, mais especificamente da cadeia, na Superintendência da Polícia Federal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que 'não quer impunidade, mas democracia'. Além disso, o petista falou que, devido sua prisão, o tempo está correndo contra esse sistema político no Brasil. 

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As declarações de Lula sobre a democracia e sobre a sua situação atual foram dadas por meio de um artigo, publicado na edição desta terça-feira (14), do jornal New York Times – um dos mais populares veículos impressos do mundo, sediado nos Estados Unidos. O texto também está publicado na edição online do jornal.

O texto de Lula começa com uma contextualização a respeito da situação política e econômica do Brasil há 16 anos, em 2002, antes do seu primeiro mandato como presidente da República. Segundo ele, o 'futuro do Brasil era incerto' e o Partido dos Trabalhadores só ganharam as eleições por ter 'oferecido esperança ao povo brasileiro'.

"Tornei-me o primeiro líder trabalhista a ser eleito presidente do Brasil . Inicialmente, os mercados se abalaram, mas o crescimento econômico que se seguiu os deixou seguros", conta ele. E ressalta: "nos meus dois mandatos, o salário mínimo aumentou 50%. Nosso programa Bolsa Família [...] ganhou renome internacional. Nós provamos que combater a pobreza era uma boa política econômica".

Democracia em risco e o 'golpe de 2016'

Militantes em Curitiba afirmam que Lula é preso político e clamam pelo que chamam de 'respeito à democracia'
Divulgação/ PT/ Cláudio Kbene
Militantes em Curitiba afirmam que Lula é preso político e clamam pelo que chamam de 'respeito à democracia'

Porém, segundo o ex-presidente petista, o progresso brasileiro foi interrompido com o que o PT chama de golpe de 2016, que resultou no impeachmente da ex-presidente Dilma Rousseff e em sua prisão. "Meu encarceramento foi a última fase de um golpe em câmera lenta destinado a marginalizar permanentemente as forças progressistas no Brasil", afirma.

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"Pretende-se impedir que o Partido dos Trabalhadores seja novamente eleito para a Presidência. Com todas as pesquisas mostrando que eu venceria facilmente as eleições de outubro, a extrema direita do Brasil está tentando me tirar da disputa", continua.

"Minha condenação e prisão são baseadas somente no testemunho de uma pessoa cuja própria sentença foi reduzida em troca do que ele disse contra mim. Em outras palavras, era do seu interesse pessoal dizer às autoridades o que elas queriam ouvir", denuncia Lula, que chama o juiz federal Sérgio Moro de "intocável".

"A verdadeira questão não é o Sr. Moro; são aqueles que o elevaram a esse status de intocável: elites de direita, neoliberais, que sempre se opuseram à nossa luta por maior justiça social e igualdade no Brasil", diz.

Por fim, Lula escreve que não se preocupa consigo mesmo, pois já esteve preso antes, na época da ditadura no Brasil. Porém, o ex-presidente diz mais uma vez que gostaria de ser julgado nas urnas, de uma forma 'justa e imparcial'.

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"Eu peço respeito pela democracia . Se eles querem me derrotar de verdade, façam nas eleições. Segundo a Constituição brasileira, o poder vem do povo, que elege seus representantes. Então deixe o povo brasileiro decidir", encerra o petista.

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