Cinco meses após o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, o governo federal enfim colocou a Polícia Federal e o Ministério Público Federal à disposição do Rio de Janeiro para colaborar nas investigações.
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A informação sobre o caso Marielle foi confirmada nesta segunda (13) pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, após participar de uma reunião no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Rio de Janeiro.
De acordo com o ministro, logo no início das investigações, em março, foi cogitada a federalização da investigação do caso, mas a procuradoria do estado se opôs e levou a questão para o Conselho Nacional do Ministério Público, mesmo com o pedido feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
“Passados 150 dias, nós entendemos que temos a obrigação de colocar a Polícia Federal à disposição, seja do Ministério Público, seja da segurança do estado, para ajudar efetivamente ou assumir a investigação”, disse Jungmann .
O ministro destacou que não ser trata de desqualificar a equipe da Polícia Civil que comanda as investigações, mas reconhecer as dificuldades e a complexidade do caso.
“A Polícia Federal é uma das melhores polícias investigativas do mundo, tem recursos tecnológicos, tem recursos humanos, tem recursos orçamentários para sustentar qualquer investigação que se faça necessária”, disse.
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Jungmann afirmou que a solução do caso é uma questão de honra para o governo federal. Sem citar nomes, Jungmann confirmou que há envolvimento de políticos no caso.
Na última semana, confirmou-se a informação de que os deputados estaduais do Rio de Janeiro Paulo Mello, Edson Albertassi e Jorge Picciani, este ex-presidente da Câmara, todos do MDB, estão sendo investigados pela Polícia Civil por supostamente estarem por trás da ordem de execução de Marielle .
Presos desde novembro de 2017 por casos de corrupção envolvendo uma máfia de empresas de ônibus na capital fluminense, Picciani , Mello e Albertassi teriam agido, de acordo com esta linha de investigação, para se vingar do PSOL, partido que há anos combate a liderança emedebista no estado e que foi um dos principais responsáveis por levá-los à prisão.
A intenção, neste caso, seria atingir Marcelo Freixo (PSOL), deputado estadual e padrinho político de Marielle Franco .
* Com informações da Agência Brasil
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