A equipe do ex-presidente Lula divulgou um vídeo nas redes sociais do líder petista para marcar os 100 dias de sua prisão – que, para o Partido dos Trabalhadores e como o próprio Lula a classifica no vídeo, é “ilegal”. Lula critica Moro e o acusa de “fazer política” no Judiciário.
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No vídeo, que é inédito e foi gravado em São Bernardo do Campo horas antes da prisão do petista, Lula critica Moro , e também o Ministério Público e a Polícia Federal por, em sua avaliação, politizar o processo judicial do qual ele é alvo.
“Parece que eu sou o sonho de consumo dos ministros que me julgaram e do juiz Moro. Me parece que eles não querem, em hipótese alguma, junto com a Rede Globo de Televisão e outros instrumentos de comunicação no Brasil, que a Lava Jato acabe ou que eu seja inocentado antes de ser preso”, disse, à época.
O ex-presidente prossegue em suas críticas a maneira como o processo foi conduzido: “A única coisa que eu quero é que seja analisado o mérito do meu processo. Não posso aceitar que prevaleça a mentira contada pela Polícia Federal da Lava Jato no inquérito, aceita pelo Ministério Público para me acusar e aceita pelo juiz Sérgio Moro para me condenar”, critica Lula.
O líder petista, então, avalia que parte dos processos da operação Lava Jato são conduzidos de forma politizada, visando os holofotes e a aprovação da mídia.
“Se essa gente quer fazer política, é melhor deixar suas funções de representação do Estado brasileiro, e entre em um partido e se candidate e venha fazer política. Mas fazer política na Polícia Federal, no Ministério Público, fazer política no Poder Judiciário é um equívoco que o Brasil não pode permitir”, declarou o ex-presidente.
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Lula critica Moro; desembargadores do TRF-4 se desentendem
No dia 8 de julho, domingo, uma “guerra” de decisões de desembargadores e juízes deixou perplexos os que acompanham o xadrez político-judicial brasileiro.
O desembargador Rogério Favreto, do Tribunal Regional da 4ª região ( TRF-4 ), responsável por revisar as decisões do juiz Sérgio Moro, concedeu liberdade ao ex-presidente Lula, respondendo a uma demanda de seus advogados.
Entre os 27 desembargadores que atuam no TRF-4 o caso gerou divisão. Há quem entenda que Favreto tinha competência para, durante seu plantão dominical, conceder liberdade a Lula .
Há também os que defendem que Favreto não poderia ter atuado no processo do ex-presidente. Outra questão, contudo, preocupam os juízes: o processo que foi aberto contra o desembargador no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Para eles, caso o processo avance, pode ser criado um clima tóxico nos tribunais. A sensação que ficará é que qualquer decisão que favoreça o ex-presidente estará passível de punição. Lula critica Moro , entre outros motivos, por agir de forma parcial em seu processo, rebatendo decisões que o favorecem como a do dia 8 de julho.
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