A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, concedeu mais 30 dias para que a investigação contra Aécio Neves (PSDB-MG) seja concluída pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República, no inquérito que apura supostos repasses irregulares da Odebrecht ao então candidato, em 2014.
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Inicialmente, a PF e a PGR tinham pedido mais 60 dias para concluir a investigação contra Aécio Neves
, mas a ministra decidiu liberar apenas 30 dias. Para Cármen Lúcia, o período é suficiente para “evitar dilações processuais indevidas”.
A presidente do STF estava de plantão nessa sexta-feira (13) e, por isso, foi quem decidiu pelo prazo de prorrogação. Normalmente, seria o ministro Edson Fachin a atender o requerimento, uma vez que é o relator dos processos da Operação Lava Jato na Corte.
Investigação sobre Aécio Neves em campanha
O inquérito investiga o suposto r ecebimento de R$ 30 milhões da Odebrecht para que o senador influenciasse o andamento dos projetos de hidrelétricas do Rio Madeira, as usinas de Santo Antônio e Jirau. O dinheiro teria sido repassado durante a campanha do tucano à presidência , em 2014. Além da Odebrecht, também é apurada a propina de R$ 20 milhões pela Andrade Gutierrez.
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Em abril deste ano, Aécio prestou depoimento sobre esse inquérito na sede da Polícia Federal, em Brasília. Na ocasião, o advogado de defesa Alberto Zacharias Toron destacou que os “próprios delatores [das empreiteiras na Operação Lava Jato] afirmaram nos depoimentos que as contribuições financeiras feitas pela Odebrecht às campanhas do PSDB nunca estiveram vinculadas a qualquer contrapartida”.
Em depoimentos de delação premiada, o ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht e outros executivos do grupo disseram que o senador recebeu propina para atuar favoravelmente aos interesses da empresa. O objetivo, segundo os delatores, seria obter apoio parlamentar para a construção das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia.
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A investigação contra Aécio Neves
foi autorizada pelo STF após a abertura de 76 inquéritos no ano passado por Fachin, com base nos depoimentos de delação premiada de ex-executivos da empresa.