
Preso na quarta-feira (4) no primeiro ato da Operação Ressonância, que investiga fraudes em vendas de equipamentos por empresas multinacionais à secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, o presidente da General Eletric (GE) na América Latina, Daurio Speranzini, permanecerá preso por tempo indeterminado.
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A decisão de converter a prisão do CEO da GE de provisória, com prazo máximo de cinco dias, para preventiva, sem data para terminar, veio do juiz Marcelo Bretas. A resolução se deu após a Polícia Federal encontrar um dossiê na casa de Speranzini com informações sobre um ex-funcionário que denunciou o suposto esquema corrupto do executivo aos investigadores do Ministério Público.
O documento encontrado pela PF traz informações pessoais do ex-funcionário, dados de seus negócios privados e inclusive fotos e informes sobre sua esposa.
Para Bretas, o dossiê sobre o denunciante respalda a suspeita de que Daurio Speranzini “participava ativamente da organização criminosa”.
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CEO da GE é pego na Operação Ressonância
Desencadeada na manhã de quarta (4), a Operação Ressonância prendeu o ex-presidente da Philips no Brasil e atual presidente e da GE, Daurio Speranzini . Também foi preso o executivo da Philips Frederik Knudsen, além de outras 20 pessoas suspeitas de envolvimento em um esquema de fraudes em contratos e licitações para fornecimento de equipamentos médicos à Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro e do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into).
Desencadeada a partir de dados colhidos na Operação Fratura Exposta, que levou à prisão de Sérgio Côrtes, ex-secretário de Saúde do governo Sérgio Cabral, na qual órgãos de controle como o Conselho de Defesa Administrativa (Cade), o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU) identificaram um cartel de fornecedores que atuou entre os anos de 1996 e 2017.
Os procuradores afirmaram que existem “robustas provas da participação” dos acusados na prática dos crimes de corrupção, fraudes a licitações e organização criminosa.
Afirmaram, ainda, que os “principais executivos de fabricantes multinacionais de equipamentos médicos” atuaram no esquema “por meio de acordos que direcionava os vendedores das licitações mediante o pagamento de propina a agentes públicos”.
De acordo com a GE, as acusações referem-se a um período em que o Speranzini trabalhou para uma companhia sem relação com a empresa. A companhia também garantiu que está comprometida com a integridade e o estado de direito em todos os países em que opera, e "assim acredita que os fatos [contra o atual CEO da GE ] serão esclarecidos ao longo da investigação".
* Com informações da Agência Brasil
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