O presidente da República, Michel Temer, voltou a falar a respeito da reforma da Previdência nesta terça-feira (3). Na ocasião, o emedebista disse que o seu sucessor terá que dar continuidade ao projeto, mas reconheceu que o tema é "bastante controvertido" e que ele "merece mais amplo debate".
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A reforma da Previdência ficou travada no governo de Michel Temer. Ela não chegou a ser votada, justamente porque o presidente não conseguiu angariar todos os votos necessários para que a proposta passasse no Congresso. Além disso, outras questões foram discutidas na Câmara e no Senado, atrasando o andamento da proposta nas Casas.
Porém, o presidente insiste na questão e, mesmo agora, às vésperas das eleições presidenciais deste ano, ele garante que a proposta está "definitivamente" na pauta política do País. Para ele, inclusive, o assunto será discutido pelos partidos em suas campanhas.
"As mais variadas circunstâncias impediram que se votasse [a reforma] neste governo, porque este é um tema, eu reconheço, bastante controvertido e merece mais amplo debate", afirmou. "Mas não haverá, penso eu, presidente que venha no ano que vem que não realize a reforma previdenciária ", completou Temer.
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As declarações do presidente foram dadas durante a cerimônia de abertura do Encontro Nacional da Indústria (Enai), organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.
Intervenção federal
Neste ano, a reforma encalhou de vez depois que Michel Temer decretou a intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro. Isso porque a legislação determina que, com a vigência do decreto, o Congresso não pode promover qualquer alteração à Constituição. O que possibilitaria a votação é uma suspensão da intervenção.
Em março, o relator da reforma da Previdência , o deputado federal Arthur Maia (PPS-BA) afirmou que não tratou da possibilidade de suspensão com ninguém e foi enfático ao apontar que, mesmo se a proposta fosse à pauta, o governo não tem os 308 votos necessários para aprovar a reforma na Câmara.
"Não temos votos. Não adianta. O governo não tem os 308 votos. Já fiz essa conta de baixo pra cima, de cima pra baixo, de norte para sul e de leste para oeste. Não temos votos", disse o deputado .
Mas ressaltou ainda, na época, que "depois da eleição é outro planeta. Será outra realidade totalmente diferente". Segundo ele também, a reforma da Previdência
pode voltar a ser o foco do governo eleito para 2019.
* Com informações da Agência Brasil.