Por irregularidades na prestação das contas nas eleições de 2016, o diretório paulista do Partido Social Liberal (PSL), legenda do deputado federal Jair Bolsonaro, pré-candidato à Presidência da República, foi suspenso pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Leia também: Dilma, Ciro e Boulos criticam tratamento a Manuela D´Ávila no Roda Viva
Assim, o núcleo paulista do partido de Bolsonaro pode ficar ausente nas eleições de 2018. Na avaliação do TRE, a legenda ficou devendo documentos que comprovem a origem e destino de recursos na campanha de 2016. O PSL tem até agosto para apresentar nova prestação de contas, condição para poder lançar candidatos no estado de São Paulo neste ano.
Caso seja mantida, a punição será um problema para Bolsonaro, que corre o risco de ficar sem palanques no estado com o maior número de eleitores no Brasil. A decisão é empecilho também para major Olímpio, que pretende se lançar ao Senado por São Paulo nestas eleições.
Além do partido de Bolsonaro, outros problemas para a candidatura
Outro possível entrave para as pretensões presidenciais de Bolsonaro é um processo por racismo que corre contra ele no Supremo Tribunal Federal.
Leia também: Supremo anula buscas em apartamento de Gleisi Hoffmann
Os advogados do deputado apresentaram ao STF argumentos contra o acolhimento das denúncias. O presidenciável foi denunciado em abril pela Procuradoria-geral da República (PGR), que viu em declarações do candidato crimes de ódio contra quilombolas, indígenas e mulheres.
A defesa criticou a denúncia da PGR, classificando-a de “oportunista”. No documento enviado ao STF, os advogados afirmam que as falas de Bolsonaro foram retiradas do contexto “com certo oportunismo diante da campanha eleitoral que se avizinha”.
Na denúncia, a PGR lembra que, em um discurso amplamente divulgado na internet e na imprensa, o deputado faz um paralelo da formação de sua família para destilar preconceito contra as mulheres: “Eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher”, disse.
Em seguida, Bolsonaro apontou seu discurso para os índios, impondo-lhes a culpa pela não construção de três hidrelétricas em Roraima e criticando as demarcações de terras indígenas. O discurso continuou mirando os quilombolas. Segundo o parlamentar, essas comunidades tradicionais “não fazem nada” e “nem para procriador eles servem mais”. “Olha, o afrodescendente mais leve [dos quilombos] pesava sete arrobas”, completou o deputado.
Na argumentação dos advogados, os dizeres do presidenciável não são racistas e não fomentam o ódio. Eles afirmam que a intenção do partido de Bolsonaro era criticar o programa Bolsa Família e a demarcação de terras indígenas e quilombolas que, em sua avaliação, representariam uma trava ao desenvolvimento econômico do país.