Raul Jungmann , ministro da Segurança Pública de Michel Temer (MDB) , determinou que a Polícia Federal apure o vazamento de informações sobre o inquérito que investiga supostas irregularidades no Decreto dos Portos cometidas pelo presidente e seu entorno.
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Por meio de nota, o ministro afirmou que é “inadmissível” comprometer o direito de defesa de qualquer cidadão ou do Presidente da República. O ministro acrescentou que vazar informações é ato passível de sanções penais.
“Determinei ao Diretor Geral da Polícia Federal a imediata apuração do possível vazamento ocorrido no curso do inquérito policial. A violação do sigilo profissional pelos responsáveis pela condução desta ou de qualquer outra investigação é conduta passível de sanção administrativo-disciplinar, cível e penal. Além disso, depõe contra o reconhecido profissionalismo das instituições investigadoras”, diz a nota assinada por Jungmann.
Em pronunciamento, Michel Temer (MDB) se queixou do vazamento de informações a respeito das investigações sobre o Decreto dos Portos, em que ele é o principal investigado.
“Como é que a imprensa consegue estas informações? Eu duvido que a imprensa entre de madrugada, seja na Polícia Federal ou onde seja, para, digamos, sorrateiramente ter acesso a esses dados. Alguém, naturalmente, vaza esses dados irresponsáveis”. O presidente afirmou, na ocasião, que pediria a Jungmann uma investigação a respeito dos vazamentos.
De acordo com uma reportagem publicada nesta sexta-feira pela Folha de S.Paulo , a Polícia Federal acredita que existem indícios de que o presidente tenha usado dinheiro de propina para reformar imóveis da família e ocultado bens em nome de terceiros.
Temer se defendeu das acusações. “Não tenho casa de praia, não tenho casa de campo, não tenho apartamento em Miami, não tenho vencimentos e salários a não ser aqueles dentro da lei”.
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Polícia Federal reage
Também por meio de nota, a Associação dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) se manifestou sobre a investigação aberta por Jungmann e comentou o pronunciamento feito por Temer .
Os delegados se disseram preocupados “com a entrevista do presidente da República, Michel Temer, sobre as apurações de suposta prática de lavagem de dinheiro envolvendo a si e a seus amigos e familiares”.
Eles afirmaram que a instituição “não protege, nem persegue qualquer pessoa ou autoridade pública, apenas cumpre seu dever legal de investigar fatos e condutas tipificadas como crimes”.
Por fim, a associação disse que não aceitará “pressões ou campanhas com a finalidade de desacreditar a atuação dos delegados de Polícia Federal na condução dessa ou de qualquer outra investigação”.
* Com informações da Agência Brasil
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